Natural de Andradina (SP), e criado em Campo Grande (MS), o amor de Fabiano Silva pela fotografia começou bem cedo, aos 14 anos, quando sua mãe comprou uma Cannon AE1 profissional. “Ela não conseguia usar por ser uma câmera quase toda manual. Daí acabei pedindo a câmera para mim”, relembra Fabiano.
Depois disso, a paixão só foi crescendo. Fabiano foi fazendo cursos, comprando assessórios (lentes, flashes, etc.) e aos 18 anos já estava fotografando casamentos profissionalmente.
Em 99, com 23 anos, Fabiano se mudou para Miami. Com certeza, a fotografia foi sua melhor companheira e quando o paulista começou a fazer amizades no novo país, os dois (Fabiano e sua câmera) eram convidados indispensáveis em eventos e festas. Embora não fosse o fotógrafo oficial, muitos passaram a usar e compartilhar seus registros, fazendo com que fosse introduzido ao mercado da região e fazendo sua paixão crescer ainda mais.
Gazeta Brazilian News - Você passou por duas adaptações: viver da fotografia nos EUA e entrar no mundo digital. Como foi isso tudo? Você acha que hoje já está dominando o mundo digital?
Fabiano Silva -
A minha adaptação à fotografia nos EUA foi muito interessante. Preferi fazer um trabalho de base intenso, procurei “devorar” toda informação que havia disponível e, assim, me preparar melhor para esta nova fase da fotografia. A era digital trouxe muitas bênçãos, entre elas o aprendizado muito mais rápido, o compartilhamento das fotos em redes sociais e a liberdade para o fotógrafo se expressar, hoje, é muito maior. Agora, temos mais ferramentas para captar e ilustrar o que vemos e sentimos. Já houve uma fase de exageros nos tratamentos das fotos, mas hoje vejo que há um equilíbrio muito mais maduro. Para mim, é uma grande benção e responsabilidade viver da fotografia.GBN – Há muita diferença entre trabalhar com fotografia aqui e no Brasil?
FS -
Quando se trata de casamento, sinto que aqui nós temos um pouco mais de autonomia no gerenciamento das fotos, enquanto no Brasil fica muito por conta do cerimonial. Mas ultimamente venho notando uma mudança nisso e essa diferença está se tornando cada vez menor. Hoje, com a globalização e a internet, fica tudo mais rápido e as tendências mundiais vão sendo “copiadas”.GBN – E o fotojornalismo, teve espaço em sua carreira?
FS -
Fui introduzido ao mundo do fotojornalismo por dois amigos, Bill Paparazzi e Angélica Konrad, mais na fotografia de eventos e shows. Esse é um fator interessante na minha carreira, pois é onde me sinto mais perto das nossas raízes brasileiras e posso aprender mais sobre nossa cultura, enfrentar novos desafios e também onde posso agradecer a comunidade contribuindo com o meu olhar. Recentemente fotografei Gusttavo Lima, Luan Santana, Roberto Carlos, Michel Teló. Cantores mais do que reconhecidos pelo seu talento.GBN – Você acha que o fato de você ser brasileiro faz diferença em seu trabalho?
FS -
O brasileiro já tem por natureza a criatividade e alegria, para mim é um diferencial muito importante, ao lado da tecnologia, conhecimento e oportunidades que os EUA oferecem. É a combinação perfeita para se destacar. Nós podemos pegar o melhor das duas culturas e aplicar dentro da nossa profissão.GBN – Em que o seu trabalho se diferencia? Qual a área de especial interesse que você tem na fotografia e onde ainda quer chegar?
FS -
Nos meus trabalhos sempre procuro valorizar a história. Gosto de conhecer meus clientes, quem eles são, o que gostam e seus valores. Procuro sempre ir além de somente uma foto bonita, ou emocionante e/ou informativa. Meu objetivo é levar as pessoas a vivenciar o evento como se estivessem presentes e ao mesmo tempo colocar o que aprendi sobre meus clientes na fotografia. Para que isso aconteça, uso ângulos, lentes, técnicas diferentes, fotos bonitas, emocionantes e informativas. Tenho aprendido que a história é muito mais poderosa do que fotos bonitas e sem conexão. Minha intenção agora é expandir mais o meu trabalho para outros lugares do mundo, como o Brasil e a Europa.Confira os trabalhos de Fabiano Silva no site www.fabianosilvaphotography.com.
