Quase todo domingo desde que a pandemia fechou bares e boates em Miami, jovens alugam iates para festas. De acordo com entusiastas e empresários do setor, esse está sendo um dos verões mais movimentados de muitos anos. Mas o problema é que, nesse tipo de ambiente, é virtualmente impossível fiscalizar o distanciamento social e uso de máscaras.
Em Biscayne bay, por exemplo, em um período de uma hora, cinco grupos com aproximadamente 10 jovens cada alugaram barcos para se divertir.
Conforme reportou o Daily Beast, os jovens não iam muito longe, a maioria deles tinha planos para ir de Sunny Isles Beach, extremo norte, a Key Biscayne, extremo a sul de Miami. O resultado é que, de acordo com especialistas, isso contribui para o aumento alarmante dos casos positivos de COVID-19 em Miami-Dade.
De acordo com números oficiais, o número de pacientes admitidos nos hospitais subiu de 1.656 em 7 de junho para 2.278 em 20 julho. Durante o mesmo período de duas semanas, o número de leitos de terapia intensiva subiu de 343 para 513.
Mas os dados do Departamento de Saúde da Flórida ainda mostram capacidade instalada para aguentar mais pacientes. “Nós ainda conseguimos contribuir com esse pico aqui em Miami-Dade”, informa Aileen Marty, Professora de doenças infecto contagiosas da Universidade da Flórida que também assessora o Prefeito Carlos Gimenez.
Até segunda, dia 20 de julho, a média de casos positivos das duas semanas anteriores foi de 28%. “A pesar que mesmo pequenos grupos em um barco gera perigo de contagio, é bem provável que uma em cada 3 pessoas no barco esteja infectada e isso vai infectar as pessoas em suas casas”, diz a professora. Outro fator importante que a a Dra Marty ressalta é que agora também estamos vendo os números refletirem o contagio durante os protestos contra a morte de George Floyd.
Mesmo assim, uma enfermeira ouvida pelo Daily Beast expressou frustração ao descobrir sobre as festas nos barcos. “É irresponsável e perigoso, vejo gente postando festas com amigos no Facebook, isso me deixa enfurecida, é um verdadeiro tapa na cara dos profissionais de saúde e da ciência como um todo”, diz a enfermeira que preferiu não se identificar porque o hospital não permite que funcionários sejam entrevistados.
Já as pessoas que se beneficiam com o aluguel dos barcos defendem as práticas. “Nós pedimos a todos que usem as partes externas da embarcação e não há Corona vírus na água. Para completar, latino tem dificuldade em seguir regras”, defende Mark Santiago, pescador dono de um dos barcos alugados. Com informações do The Daily Beast.