Por anos, oficiais do sexo masculino no campo de trabalho feminino do Complexo Correcional Federal de Coleman, na Flórida, assediaram e agrediram sexualmente as detentas no que equivalia a um "santuário" para abusos sistêmicos, espaço protegido de qualquer consequência.
Se as mulheres reclamassem de serem apalpadas, acariciadas ou forçadas a praticar atos sexuais com policiais, seriam punidas. Quatorze mulheres, com idades entre 30 e 56 anos, se uniram para processar o governo federal pelos abusos que dizem ter sofrido no campo, de acordo com o Miami Herald. Sete das mulheres ainda estão encarceradas.
O processo é a mais recente manifestação de disfunção no sistema penitenciário federal, que aparentemente chegou ao ápice quando Jeffrey Epstein foi encontrado enforcado em 10 de agosto em sua cela em Manhattan enquanto oficiais cochilavam nas proximidades. O processo na Flórida concentra-se no maior complexo penitenciário do sistema federal, que abriga mais de 6 mil internos em uma série de campos, incluindo cerca de 500 mulheres. Em detalhes gritantes e arrepiantes, o processo descreve como as mulheres foram coagidas e ameaçadas, como foram atraídas para escritórios particulares ou galpões remotos sem câmeras de vigilância, ou perseguidas incansavelmente pelos agentes penitenciários até que não tivessem escolha a não ser se submeter.
Os policiais exibiam telas de computador mostrando às mulheres a localização exata de suas famílias, uma mensagem clara de que seus parentes poderiam ser perseguidos se as mulheres não cooperassem. Alguns dos policiais acusados se demitiram ou se aposentaram precocemente - sem punição e com imunidade de serem processados criminalmente pelas ações que admitiram - disse o advogado das mulheres, Bryan Busch.
Entre as ameaças que recebiam caso denunciassem, estavam a transferência para uma cadeia do condado, com muito mais restrições. Com informações do Miami Herald.
