O governador da Flórida, Charlie Crist, que lidera uma missão comercial no Brasil, cancelou na quinta-feira(8) uma reunião de negócios com diretores da Petrobras, alegando que a estatal mantém relações com o governo do Irã.
"Continuaremos seguindo o caminho moral e prudente de não fazer negócios com companhias que apóiam o terrorismo e assim estabelecer um exemplo para os demais estados e nações", disse Crist, segundo um comunicado no site do governo da Flórida.
Para Crist, o apoio ao Irã "é uma ameaça aos Estados Unidos e a seus aliados, como Israel". Ele defendeu a lei promulgada em meados do ano no seu estado, que proíbe os fundos de previdência de investir em companhias que façam negócios com Irã e Sudão.
O assessor do governador, George LeMieux, foi ao Rio de Janeiro para se reunir com Samir Passos Awad, gerente-executivo da estatal para a área internacional. Ele explicou que a participação do Irã da companhia é só de "prospecção", mas alertou que será difícil uma "desvinculação" no próximo ano, como exige a legislação da Flórida.
Petrobras e Flórida são partes vitais para fortalecer o acordo bilateral entre Brasil e Estados Unidos, que procura promover a produção e comercialização de álcool no mundo.
Na segunda-feira, em sua primeira atividade no Brasil, Crist disse, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que ele e seu Estado defendem uma redução das taxas de importação de álcool. O governador quer que a Flórida seja a porta de entrada do álcool brasileiro nos Estados Unidos.
O consumo de gasolina na Flórida, com 32,7 bilhões de litros por ano, superior ao de todo o Brasil, faz do Estado um mercado "potencial" para o álcool brasileiro, como combustível alternativo, segundo a União dos Produtores de Açúcar e Álcool.

