O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, descartou, na segunda-feira(7), um cenário de recessão em seu país e afirmou que a primeira economia mundial continuará crescendo. Em entrevista à rede de televisão americana CNBC, Paulson lembrou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu “quase 5%” no terceiro trimestre de 2007, o que, segundo ele, indica que a economia continua crescendo.
- Os dados econômicos são mistos e os observaremos de perto - disse o responsável pelo Departamento do Tesouro.
Paulson reconheceu que os EUA ‘’enfrentam fortes ventos contrários’’, motivo pelo qual o governo do presidente George W.Bush ‘’analisa várias opções’’ para aliviar o efeito que a crise imobiliária e um dólar fraco exercem sobre a economia americana num todo.
O presidente Bush pode anunciar seus planos para a reativação da economia no próximo dia 28 de janeiro em seu discurso do Estado da União, diante do Congresso. Paulson não revelou detalhes das possíveis iniciativas de Bush e afirmou que “suas conversas com o presidente são privadas’’, mas adiantou que o governo contempla a ampliação a outros segmentos da sociedade de seu programa de ajuda a cidadãos com dificuldades para pagar suas hipotecas de alto risco.
Em 6 de dezembro passado, o presidente dos EUA anunciou um plano para aliviar a crise hipotecária do país, ao qual podem optar 1,2 milhão de pessoas e que permite congelar durante cinco anos os juros de milhares de créditos. A medida, denominada Hope Now (esperança agora), representa o esforço mais enérgico da Casa Branca para frear a execução de hipotecas de alto risco, que foram concedidas nos últimos anos a pessoas com um histórico de crédito não muito bom.
Reajustes
Está previsto que as taxas de juros de cerca de dois milhões dessas hipotecas sejam reajustadas este ano, o que faria com que muitos cidadãos não pudessem quitar a quota mensal de seu crédito. Diante deste cenário e junto ao fato de as vendas de casas novas nos EUA terem caído, em novembro, a seu pior nível em 12 anos, Paulson não vê muitas evidências de que a crise imobiliária tenha chegado ao fim, prevendo que esta continuará seu curso.
Risco
O risco de que a economia norte-ameri-cana caia em recessão é grande o bastante para que o governo prepare um pacote de estímulo de cerca de $100 bilhões, disse o ex-secretário do Tesouro norte-americano Robert Rubin na quinta-feira(9).
“Eu acho que os riscos são altos o bastante para que sejamos pró-ativos. Eu não sei quais são as chances” de que uma recessão ocorra, disse Rubin em um fórum organizado pelo seu grupo Hamilton Pro-ject.
Rubin, que foi secretário do Tesouro na administração Clinton e agora é diretor-executivo do Citigroup, disse que o pacote deve fornecer temporariamente recursos às famílias que mais precisam e que mais provavelmente devem gastá-lo.
Ele disse preferir que o estímulo não seja disparado por uma queda adicional do emprego ou em outro indicador econômico. “Eu acho que é maior o risco de queda do que o risco de que façamos algo excessivo. Eu estou mais inclinado a fazer algo e não prender isso a um gatilho”, disse após o fórum.
