Oito garimpeiros brasileiros, suspeitos de terem matado dois militares que fiscalizavam a extração ilegal de minérios na Guiana Francesa, são procurados pela polícia francesa.
O ataque foi chamado de “declaração de guerra dos garimpeiros brasileiros contra a França” por um senador pela Guiana Francesa, Jean-Etienne Antoinette, em artigo assinado na edição do dia 10, no jornal “Le Monde”.
No final de junho, garimpeiros brasileiros atacaram um helicóptero francês na Guiana Francesa (que não causou vítimas) e mataram dois soldados franceses em uma emboscada na Floresta Amazônica. As autoridades francesas transferiram a lista dos brasileiros suspeitos à polícia do Suriname - país vizinho à Guiana Francesa -, onde eles podem estar foragidos. “Esses criminosos serão perseguidos e levados à Justiça”, declarou o ministro dos territórios franceses ultramarinos, Victorin Lurel.
Segundo a imprensa francesa, 30 garimpeiros brasileiros ilegais foram presos na semana passada no Suriname. Mas o principal suspeito do ataque em que dois militares franceses foram mortos não foi ainda detido, afirmou o coronel Bruno Phalippou, da polícia militar de Cayena, na Guiana Francesa.
Operação Harpie
Em 2008, durante uma visita dos ex-presidentes Lula e Nicolas Sarkozy à Guiana, foi firmado um acordo de cooperação entre o Brasil e a França para prevenir e lutar contra a exploração ilegal de ouro em áreas protegidas da floresta.A operação Harpie, como é chamada a cooperação entre autoridades judiciárias, administrativas e militares francesas e brasileiras, utiliza entre 400 e 500 soldados para lutar contra o garimpo ilegal de ouro na Guiana Francesa.
Os soldados mortos, identificados como Stephane Moralia e Sebastien Pissot, integravam a operação.

