O jovem Juan Gaspar-García, da Guatemala, cuja família diz que precisa de cuidados especiais porque tem síndrome de Down e sofre de diabetes, foi preso durante uma busca recente do Departamento de Segurança Interna na Flórida.
Gaspar-García, 22 anos, foi uma das 28 pessoas detidas em blitz da agência na TentLogix, uma empresa de instalação de tendas em Fort Pierce, em 28 de março.
O seu irmão, cujo nome não foi divulgado, também trabalha na empresa, mas foi libertado porque está protegido pela Deferred Action for Childhood Arrival (DACA).
O guatemalteco imigrou para os Estados Unidos quando tinha 14 anos, após a morte de sua mãe na Guatemala, mas não solicitou o DACA e não tem nenhum outro status de proteção de imigração. Ele permanece detido no Broward Transition Center, em Pompano Beach.
Sua irmã, Dolores Gaspar-García, lançou uma petição online pedindo ao senador Marco Rubio, da Flórida, para ajudar a proteger o jovem da deportação.
"Meu irmão não tem a capacidade de entender certas situações sem uma explicação adequada, porque ele tem síndrome de Down, e provavelmente não entende por que ele está lá ou o que está acontecendo", disse Dolores ao El Nuevo Herald. "Ele também tem diabetes, ele toma medicação e é muito importante que ele esteja conosco para que possamos cuidar de suas necessidades especiais".
Sem ninguém na Guatemala
Protocolo para pessoas com deficiência
A agência também forneceu um manual que detalha o protocolo que as instalações de detenção de imigração devem seguir quando lidam com pessoas com deficiências ou necessidades especiais. O documento diz, em parte, que os detidos que são identificados como tendo “uma deficiência cognitiva, intelectual ou de desenvolvimento” podem ser encaminhados para uma “equipe multidisciplinar”. “Esses detidos podem enfrentar dificuldades para navegar no ambiente de detenção… Além disso, esses detentos podem não entender o processo de solicitação de acomodação ou estar cientes das limitações de acesso a programas de instalação”, diz o manual. “A equipe da instituição deve prestar assistência apropriada a um detento com deficiência cognitiva, intelectual ou de desenvolvimento, mesmo que não seja explicitamente solicitada (por exemplo, ler e explicar um formulário a um detento com habilidades cognitivas limitadas)”. Também é necessário que a instalação relate a identificação de detidos com certas deficiências aos agentes de imigração encarregados do caso dos detidos. Não está claro se alguma dessas diretrizes foi seguida no caso de Gaspar-García. “Quando conversamos ao telefone, ele me disse que precisou ser levado para a clínica [no centro de detenção] na noite em que chegou lá”, disse Dolores sobre o irmão. "Quando ele fica nervoso ou tem fortes emoções, temos que verificar o sangue dele." Embora durante a batida em 28 de março na empresa TentLogix, quase 30 imigrantes tenham sido presos, as autoridades federais insistem que não se tratou de um ataque de imigração, mas de uma “busca criminal” realizada na empresa. Quando agentes chegaram para servir o mandado, eles encontraram o grupo de trabalhadores sem documentos, de acordo com as autoridades. Com informações do Miami Herald. Por Marisa Arruda Barbosa.
