A adolescente brasileira Natália Koenig Neto, de 17 anos, foi levada para um abrigo de imigrantes indocumentados em Chicago e seus pais tentam, do Brasil, levá-la de volta para casa.
Segundo a família, Natália estava desde fevereiro no Texas na casa de um tio. De acordo com seu pai, Marcelo Neto, ela e o tio foram passar o dia no México. Quando voltaram, a adolescente foi retida na fronteira. "Nunca mais dormimos na nossa vida", disse o Marcelo, que é de Cachoeira do Sul (RS), ao G1.
"Eu nem sabia que eles iam para o México. Naquele dia a gente não conversou. Só foi aquela surpresa quando tocou o WhatsApp", relatou Marcelo. "Estava meu irmão, minha filha e a minha cunhada lá, numa situação quase se despedindo. Eu vi a minha filha chorando."
Marcelo ainda disse que a filha passava férias e que, quando deu entrada no país, recebeu a permanência como turista com validade de seis meses.
A família, que acompanhou tudo no Brasil por meio de uma chamada de vídeo, afirmou que não recebeu nenhum documento do governo americano que explique a retenção.
"Não tinha nenhum documento, nenhuma razão nem nada. Ela não podia chegar perto do aparelho [celular]. Meu irmão não podia mais chegar perto dela. Levaram ela para uma sala, colocaram ela para preencher alguns formulários, sem acompanhamento de um adulto, sem nada. O adulto que tinha ali era o agente. Isso foi tudo contado pelo meu irmão. Não tem nada oficial do governo norte-americano".
De acordo com o pai, no primeiro mês nos Estados Unidos, a jovem chegou a estudar numa escola por quatro semanas.
"Fala-se que ela estudou com visto de turista. Só que eles nem sabiam se ela estudou ou não. Só se apertaram a menina lá dentro e ela botou que era estudante. E pronto, 'foi esse o motivo de você estar aqui', mas pode ser qualquer motivo".
Marcelo diz que não recebeu nenhum documento explicando o por quê da prisão. Quase 48 horas depois de ter impedida de cruzar a fronteira, Natália pôde fazer contato com os pais no Rio Grande do Sul. No telefonema, eles descobriram que ela havia sido levada para o centro de imigrantes em Chicago.
O Gazeta tentou contato com a família, mas até a publicação, não houve resposta. Com informações do G1.