O Departamento de Segurança Interna anunciou na terça-feira, 14, que retirou as diretrizes de visto que barrariam estudantes internacionais nos EUA que tivessem matriculados somente em aulas on-line neste outono.
O anúncio surpresa ocorreu durante uma audiência no tribunal federal na terça-feira em um processo movido pela Universidade de Harvard e pelo MIT que buscavam uma liminar temporária contra as diretrizes.
Além das duas instituições de ensino, pelo menos 20 estados e dezenas de outras universidades entraram com um processo para impedir que a mudança de política entrasse em vigor.
Aulas 100% online
Harvard e o MIT - ambos que planejam realizar a maior parte de seus cursos on-line no outono - argumentaram em sua ação judicial que a diretiva refletia um esforço do governo para forçar as universidades a reabrirem, apesar dos perigos constantes da pandemia de coronavírus.
Para as instituições, a diretiva colocava as universidades "na situação insustentável" de seguir adiante com os cursos on-line às custas do bem-estar de seus estudantes internacionais - "ou tentar, poucas semanas antes do retorno das aulas, fornecer educação presencial, apesar de o grave risco para a saúde e segurança pública que tal mudança acarretaria", cita o processo.
A resposta do governo significa que a decisão da Imigração e Alfândega dos EUA anunciada em março de permitir que estudantes internacionais continuem seus estudos remotamente sem afetar o status do visto devido ao coronavírus permanece em vigor.
Não está claro o que isso significa, no entanto, para estudantes cujos vistos estão expirando e para novos alunos que estão solicitando vistos e cujas aulas podem ser totalmente on-line.
O Programa de Estudantes e Visitantes para Intercâmbio (SEVP, na sigla em inglês) tinha anunciado modificações nas isenções temporárias para estudantes estrangeiros e, aqueles matriculados em curso 100% online durante o semestre que começa em agosto e setembro, teriam que deixar o país. A mudança incluia também estudantes estrangeiros de escolas de idiomas, segundo especialistas.
O presidente de Harvard, Lawrence Bacow, disse que a ordem foi recebida sem aviso prévio e que sua "crueldade" foi superada apenas por sua "imprudência".
Reação das universidades
As diretrizes provocaram reação também de outras universidades dos EUA que dizem que os estudantes internacionais têm um lugar importante em suas comunidades.
A Universidade da Califórnia também entrou com uma ação contra o governo federal por violar os direitos da Universidade e de seus estudantes. Muitas escolas passaram a depender das receitas dos estudantes internacionais, que geralmente pagam taxas mais altas.
De acordo com o Instituto de Educação Internacional e o Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado dos EUA, o número de estudantes internacionais nos EUA durante o ano acadêmico de 2018 e 2019 foi de 1.095.299. Com informações da Associated Press. Leia a matéria completa no gazetanews.com.