O governo Biden lançou na sexta-feira, 12, seus planos para lidar com dezenas de milhares de imigrantes acampados na fronteira sul que buscam asilo nos EUA, enquanto busca substituir a política de "permanecer no México" do governo Trump.
A política do ex-presidente Trump, implementada em 2019, impediu que os imigrantes na fronteira mexicana entrassem nos EUA para solicitar asilo, deixando o que a administração Biden estima ser agora de cerca de 25.000 pessoas aguardando seu destino no México.
Como a primeira fase do novo plano, os EUA começarão a processar até 300 pessoas por dia em três diferentes portos de entrada não divulgados a partir de 19 de fevereiro.
“Esta é uma parte importante do compromisso do presidente Biden em restaurar o processamento humano e ordenado na fronteira. E isso significa que precisamos iniciar os procedimentos de asilo e permitir que as pessoas tenham acesso aos procedimentos de asilo nos Estados Unidos para pessoas que foram mantidas por muito tempo no México e não puderam prosseguir com seus casos ”, disse um alto funcionário do governo.
Os EUA começarão processando aqueles que já se inscreveram no programa Trump’s Migrant Protection Protocols (MPP), que deve então coordenar com uma futura organização internacional que ajudará a coordenar o alojamento e o teste dos imigrantes para COVID-19. Somente aqueles com teste negativo terão permissão para entrar.
Mas o plano vem acompanhado de advertências estritas de que as pessoas não deveriam ir para a fronteira, enquanto os inscritos no MPP deveriam aguardar instruções mais específicas.
“Estamos iniciando essa mudança 30 dias após a posse para demonstrar nosso compromisso com um caminho legal para a imigração”, disse um funcionário do governo, observando que a equipe de Biden começou a formular o plano durante a transição.
“Mas isso não muda o status na fronteira e as pessoas não devem presumir que agora podem vir para a fronteira e fazer parte desse processo”, disse o funcionário.
Assim que os solicitantes de refúgio cruzarem a fronteira, eles serão colocados em “programas alternativos de detenção”, embora o governo ainda esteja formulando precisamente como será isso.
Tal programa poderia incluir monitores de tornozelo, embora as autoridades digam que estão avaliando uma variedade de opções, com o objetivo de permitir que os requerentes de asilo tenham seus casos transferidos para qualquer tribunal apropriado para o local que estão dirigindo.
“Esses indivíduos serão trazidos. Saberemos qual é seu destino final nos Estados Unidos. Eles serão colocados em programas de detenção alternativos para que possamos rastrear os indivíduos ”, disse o oficial. “E então [o caso] estará no sistema de tribunal de imigração alojado no Departamento de Justiça, e seus casos seguirão em conformidade.”
O governo Biden herdou uma situação complexa na fronteira. Aqueles oficialmente inscritos no MPP se juntam àqueles que chegaram à fronteira apenas para serem atingidos por uma prática de “medição” implementada pelo governo Trump que limita o número de pessoas que poderiam solicitar asilo a cada dia. A administração anterior também implementou expulsões que usaram a pandemia do coronavírus como meio de remover não cidadãos.
“A administração Trump foi muito eficaz na criação de barreiras em camadas”, disse Jorge Loweree, diretor de políticas do Conselho de Imigração Americano, acrescentando que a administração anterior “não implementou nenhuma forma significativa de rastrear pessoas ou comunicar-se com elas diretamente” quando criou o programa MPP. Com informações da Associated Press e The Hill.
