O presidente do México, López Obrador, desmentiu boatos sobre abertura da fronteira dos EUA e possível legalização de indocumentados pelo presidente Joe Biden espalhados por traficantes de pessoas, os famosos "coiotes".
Ao contrário, López Obrador alertou que não era verdade e que os imigrantes não devem acreditar nos traficantes que lhes dizem que eles poderiam obter status legal imediatamente.
Ele é a favor da proposta de política imigratória de Joe Biden, mas que levaria tempo para ser aprovada e implementada.
“Agora, por exemplo, que existe uma política de imigração dos Estados Unidos para regularizar a situação dos migrantes, mexicanos e nossos irmãos da América Central, as pessoas pensam que agora as portas estão abertas, que o presidente Biden vai regularizar imediatamente todos os migrantes”, disse.
“Não é verdade que todos podem ir agora para os Estados Unidos e eles serão regularizados, isso ainda não está definido”, ressaltou.
“Nossos irmãos imigrantes devem ter essa informação para que não sejam enganados por traficantes de seres humanos, que pintam um quadro rosado”.
Em Washington, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que uma "vasta maioria" dos imigrantes continua sendo rejeitada na fronteira sul dos Estados Unidos. E acrescentou que Biden está empenhado em se afastar das políticas de imigração do governo Trump, mas isso vai levar tempo.
“O presidente está empenhado em implantar, em parceria com nosso Departamento de Segurança Interna, um processo moral e humano para o processamento de pessoas na fronteira, mas essa capacidade é limitada”, disse Psaki. “No momento, isso significa que simplesmente não estamos equipados para processar as pessoas no ritmo que gostaríamos.”
Ela acrescentou que o governo está preocupado com a chegada de migrantes à fronteira. “Não queremos que as pessoas se coloquem em perigo em um momento em que não é o momento certo de vir”, disse ela.
Perigo no MéxicoO presidente mexicano também citou o recente massacre de 19 pessoas, incluindo pelo menos 14 migrantes guatemaltecos, como justificativa para sua política de deter migrantes centro-americanos na fronteira sul do México com a Guatemala.
López Obrador disse que o massacre mostra que é muito perigoso permitir que os migrantes viajem pelo território do cartel de drogas no norte do México.
“Esse sempre foi nosso argumento, que precisamos proteger os migrantes, cuidar deles”, disse ele.
“Se eles entrarem (no México) e se espalharem, não podemos vigiá-los nem protegê-los, e acabam nas mãos do crime organizado, estão em perigo”.
Doze membros de uma força policial de elite no estado de Tamaulipas, na fronteira norte, foram acusados pelo assassinato em 23 de janeiro de 14 guatemaltecos e pelo menos dois supostos traficantes de migrantes mexicanos.
Sob pressão do ex-presidente Donald Trump em 2018 e 2019, López Obrador colocou milhares de agentes de imigração, militares e da Guarda Nacional na fronteira do México com a Guatemala para impedir a entrada de caravanas de migrantes centro-americanos no país. Com informações da Associated Press e TVNZ.
