Pouco se sabe sobre as 40 pessoas que estavam a bordo de um barco que virou e foi encontrado esta semana perto da costa da Flórida com apenas um sobrevivente. Cinco corpos foram encontrados, enquanto 34 imigrantes ainda estão desaparecidos. As buscas foram encerradas.
Mas eles estavam em uma rota frequentemente percorrida por imigrantes que tentam entrar nos EUA clandestinamente, e as autoridades suspeitam que a viagem foi organizada por contrabandistas.
As apreensões de imigrantes na região da Flórida-Caribe parecem estar a caminho de superar os números do ano passado, com mais cubanos e haitianos indo para o mar, apesar dos perigos e das políticas mais rígidas de refugiados dos EUA.
O único sobrevivente disse ao homem que o resgatou e às autoridades que o barco virou na noite de sábado depois que ele e outras 39 pessoas partiram de Bimini, uma cadeia de ilhas nas Bahamas a cerca de 88 quilômetros a leste de Miami, para a Flórida.
As Bahamas e as ilhas Turks e Caicos, nas proximidades, intensificaram seus esforços de repressão ao contrabando em cooperação com a Guarda Costeira nos últimos anos.
No ano fiscal de 2021, que foi 1º de outubro de 2020 a 30 de setembro do ano passado, a Guarda Costeira diz que na região que inclui a Flórida e o Caribe suas tripulações prenderam 838 cubanos; 1.527 haitianos; e 742 dominicanos.
Em menos de quatro meses desde outubro passado, as tripulações prenderam 686 cubanos; 802 haitianos e 685 dominicanos.
Em maio, um canadense foi condenado a dois anos e oito meses de prisão em um tribunal federal dos EUA por sua participação em uma operação que contrabandeou pessoas do Sri Lanka de avião para o Haiti, depois de barco para Turks e Caicos e Bahamas para o sul da Flórida.
É impossível saber o número total de pessoas que fazem a viagem, pois muitas tentam chegar sem serem detectadas e milhares morreram ao longo dos anos.
Por que se arriscam?As razões variam, mas a maioria vem em busca de melhores oportunidades econômicas e sair dos perigos como perseguição política ou da violência.
Cuba está enfrentando uma crise econômica que foi exacerbada pela pandemia, aumento das sanções dos EUA e cortes na ajuda da Venezuela. A crise levou à escassez de muitos bens e a uma série de protestos que abalaram a ilha em 11 de julho.
As formas legais de deixar Cuba foram prejudicadas pelo quase fechamento da Embaixada dos EUA pelo ex-presidente Donald Trump em 2017. Os Estados Unidos forneceram 22.000 vistos por ano para Cuba por duas décadas até 2017. E o presidente Joe Biden não retomou o diálogo com a nação comunista.
No Haiti, a violência aumentou desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho. A instabilidade política e um terremoto de magnitude 7,2 em agosto aprofundaram uma crescente crise humanitária na empobrecida nação caribenha.
A Guarda Costeira dos EUA geralmente repatria pessoas encontradas no mar; fez isso no início deste mês, quando enviou de volta 119 imigrantes cubanos.
No início de 2017, o presidente Barack Obama eliminou uma política conhecida como “pé molhado, pé seco”, que permitia que os cubanos que chegassem às costas dos EUA permanecessem, geralmente como refugiados, enquanto os capturados no mar eram enviados de volta.
Normalmente, os cubanos obtinham cartões de liberdade condicional que lhes permitiam solicitar residência um ano depois. Mas agora o sistema está em desordem, com processos questionando como o governo trata os requerentes de asilo cubanos. Uma lei de 56 anos deu aos cubanos um caminho praticamente garantido para a residência legal e eventual cidadania.
Milhares de cubanos estão sujeitos a deportação, mas o Departamento de Imigração e Alfândega ainda lista a nação comunista como não cooperativa ou “recalcitrante” em aceitar deportados.
O governo dos EUA foi chamado atenção por expulsar milhares de haitianos. Um relatório da ONU estimou que cerca de 9.000 haitianos foram expulsos entre 19 de setembro de 2021 e o final de novembro. A maioria havia chegado à fronteira EUA-México em setembro. Com informações da Associated Press.
Brasileiros desaparecidosÉ sabido que milhares de brasileiros também se arriscam nessa rota para entrar ilegalmente nos EUA. Tanto que, em 2016, um grupo de 12 brasileiros desapareceu enquanto aguardava nas Bahamas. Até hoje, não se tem notícias deles e as autoridades brasileiras, caribenhas e americanas encerraram as buscas um ano depois.
A hipótese que se mantém mais forte após os meses de investigações da Polícia Federal brasileira é de naufrágio do barco. Mas houve outras, que foram refutadas com entrevistas e provas, como: que o grupo tinha sido preso pela polícia ou por grupo criminoso nas Bahamas ainda na praia, antes do embarque, que tinha sido preso após o embarque por haver grande quantidade de droga no barco, ou que tinha sido vítima de um ataque pirata em alto-mar.
Leia mais sobre o caso pelos links abaixo:
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