O governador Ron DeSantis apresentou uma série de propostas na quinta-feira, 23, que imporiam grandes restrições às oportunidades de carreira e educação para imigrantes indocumentados no estado. A medida se deve ao aumento da chegada de imigrantes na fronteira com o México, que pedem asilo e acabam vindo para a Flórida.
“Precisamos fazer tudo ao nosso alcance para proteger o povo da Flórida do que está acontecendo na fronteira e da crise na fronteira”, disse DeSantis em entrevista coletiva em Jacksonville.
O governador quer que os legisladores estaduais revoguem uma lei estadual que permite que filhos de imigrantes indocumentados recebam mensalidades universitárias no estado. As mudanças também proibiriam as localidades de emitir identidades para imigrantes indocumentados, aumentariam as penalidades criminais para contrabando humano e exigiriam que todos os empregadores usassem o e-verify - um sistema que verifica o status de residência de futuros trabalhadores.
“Precisamos fazer tudo ao nosso alcance para proteger o povo da Flórida do que está acontecendo na fronteira e da crise na fronteira”, disse DeSantis em entrevista coletiva em Jacksonville.
Ainda de acordo com a proposta, os hospitais seriam obrigados a coletar dados sobre quanto gastam com cuidados de saúde para imigrantes indocumentados.
A lei sobre mensalidades universitárias que o governador quer revogar foi originalmente introduzida por sua vice-governadora, Jeanette Nuñez, quando ela era legisladora estadual representando Miami, informou o Business Insider. O senador Rick Scott, antecessor de DeSantis como governador, sancionou o projeto de lei. Scott disse a repórteres na quinta-feira que seria "injusto" retirar as mensalidades do estado para imigrantes indocumentados.
"Eles não vieram aqui por vontade própria", disse Scott em Tampa, segundo o Politico. "É um projeto de lei que tive orgulho de assinar. É um projeto de lei que eu assinaria novamente hoje."
A American Business Immigration Coalition denunciou a proposta DeSantis em um comunicado na quinta-feira, dizendo que "não apenas semearia o medo generalizado entre os imigrantes do estado e seus empregadores, mas seria tão repressiva e restritiva a ponto de devastar indústrias críticas de negócios em todo o estado que dependem diariamente da mão de obra imigrante."
Na semana passada, DeSantis assinou um projeto de lei que expandirá a capacidade do estado de transportar migrantes para estados liderados pelos democratas e "cidades santuário". Essas cidades limitam sua cooperação com as autoridades federais de imigração, recusando-se a denunciar ou entregar certos imigrantes indocumentados para deportação.
De acordo com a nova lei, as autoridades da Flórida podem transportar migrantes de qualquer estado e manter em segredo os detalhes das empresas de transporte.
DeSantis elaborou seu último plano como uma resposta direta às políticas de imigração do presidente Joe Biden. Um número histórico de pessoas cruzou a fronteira durante a presidência de Biden, muitas das quais buscam asilo devido à violência em seus países de origem.
No ano passado, a Patrulha da Fronteira prendeu quase 2 milhões de pessoas que estavam cruzando a fronteira ilegalmente e cerca de 11 milhões de pessoas vivem nos EUA sem documentos.
Leia o comunicado do governo.
Florida’s Next Steps to Fight Biden’s Border Crisis https://t.co/1dS98DUDw1
— Ron DeSantis (@GovRonDeSantis) February 23, 2023