A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 11, a Operação Fictus com o objetivo de desarticular esquema criminoso de promoção de migração ilegal, com a utilização de falsidade documental e associação criminosa, decorrente da entrada ilegal de brasileiros em país estrangeiro.
A PF não especificou quais países em questão, mas sabe-se que essa região de Minas Gerais é conhecida por ter "coiotes" e pessoas ligadas a esquemas de travessia ilegal para os Estados Unidos e Europa, principalmente.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, expedidos pela Subseção Judiciária de Ipatinga-MG, nas residências e endereço comercial dos envolvidos que ficam nas cidades de Belo Horizonte/MG, Ipatinga/MG e Sardoá/MG. Os mandados de busca visam obter novos elementos de prova que corroborem os indícios já existentes da falsificação de documentos e da promoção de migração ilegal.
Um dos alvos da investigação é conhecido pelos órgãos de segurança pública como um dos principais responsáveis pelo crime de facilitar a migração ilegal na região do Vale do Aço em Minas Gerais. Estima-se que a organização criminosa tenha remetido ao exterior ao menos 115 pessoas, incluindo crianças e adolescentes.
A suspeita é de que a organização criminosa tenha utilizado a falsificação de documentos com o objetivo de formar famílias, facilitando assim a imigração ilegal. O dinheiro proveniente da atividade criminosa era investido em estabelecimentos comerciais na cidade de Ipatinga e em bens registrados muitas vezes em nomes de interpostas pessoas.
Calcula-se que o esquema criminoso tenha movimentado mais de R$ 11 milhões. Os lucros auferidos eram utilizados para manter uma vida de luxo pela organização criminosa. Na operação foram sequestrados imóveis e veículos de luxo, dispositivos eletrônicos, joias, munição, documentos e valores em espécie.
Os investigados deverão responder pelos crimes de falsificação de documentos, promoção de migração ilegal e associação criminosa, cujas penas máximas somadas ultrapassam oito anos de reclusão.