Na quarta-feira, 8, chegou a 100 o número de mortes nas enchentes que afetam o Rio Grande do Sul desde a última semana. Há em torno de 128 desaparecidos outros óbitos em investigação.
Ao todo 417 cidades foram afetadas pelas chuvas no RS, deixando 163 mil gaúchos desalojados e outros 66 mil em abrigos. Cerca de 15% da população do estado foi atingida de alguma maneira pelo temporal que assola a região.
Diante das cheias devastadoras que atingem o estado menos de seis meses após enchentes que destruíram parte da serra gaúcha em novembro do ano passado, o pesquisador Marcelo Dutra da Silva, doutor em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), defende que, desta vez, a resposta do poder público precisa mudar radicalmente.
As autoridades locais não sabiam quais eram suas áreas de risco, quais regiões eram vulneráveis a inundações, ou quem seriam os primeiros moradores do Estado a serem atingidos pelas águas.
"Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar. É preciso afastar as infraestruturas urbanas desses ambientes de maior risco", diz.