A Suprema Corte de Wisconsin suspendeu a juíza Hannah Dugan, do Tribunal do Condado de Milwaukee, após ela ser acusada de ajudar um homem a escapar das autoridades de imigração dos EUA. A prisão foi realizada pelo FBI na manhã de sexta-feira (25), dentro do próprio tribunal onde ela atuava.
Dugan responde a acusações federais de obstrução da justiça e de esconder um indivíduo para evitar sua detenção. De acordo com o diretor do FBI, Kash Patel, a juíza teria deliberadamente desviado os agentes federais do paradeiro de Eduardo Flores-Ruiz, um imigrante procurado, que acabou sendo preso mais tarde e segue detido.
Segundo documentos do tribunal, Dugan foi alertada sobre a presença dos agentes por um assistente, após um advogado informar que os agentes estavam no corredor. Um depoimento do FBI relata que ela ficou “visivelmente irritada”, chamou a situação de “absurda” e se retirou para seus aposentos. Ela teria então confrontado os agentes, exigido que falassem com o juiz-chefe e, em seguida, retornado à sala para conduzir Flores-Ruiz e seu advogado por uma porta reservada ao júri, que leva a uma área restrita – um procedimento considerado altamente incomum.
A Suprema Corte estadual, controlada por uma maioria liberal (4 a 3), decidiu suspender Dugan de suas funções, afirmando que a medida foi tomada por iniciativa própria e em nome da confiança pública no Judiciário. A defesa da juíza ainda não se pronunciou.
A prisão gerou protestos de democratas, que acusam o governo Trump de tentar intimidar o sistema judiciário. No sábado, manifestantes se reuniram em frente ao escritório do FBI em Milwaukee em apoio à juíza. Dugan já foi libertada após sua primeira audiência e deve retornar ao tribunal em 15 de maio para sua leitura formal de acusações.
Fonte: CBS