Duas organizações de defesa dos direitos civis entraram com uma ação judicial federal nesta quinta-feira (8) contra novas medidas do governo Trump que, segundo elas, estão dificultando e atrasando a reunião de crianças migrantes com seus pais ou responsáveis nos Estados Unidos. A ação foi movida pelo National Center for Youth Law e pela Democracy Forward, em um tribunal de Washington, e contesta os procedimentos de verificação implementados pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos e pelo Escritório de Reassentamento de Refugiados.
Desde fevereiro, o governo passou a exigir documentação mais rígida, como provas de renda e identidade que apenas pessoas legalmente residentes no país conseguem fornecer. Críticos apontam que, com isso, o tempo médio que crianças passam sob custódia aumentou de 37 para mais de 112 dias em apenas dois meses.
Advogados afirmam que muitas famílias estavam prestes a se reunir com seus filhos quando as regras mudaram abruptamente, deixando-as sem previsão de reencontro. Para os defensores dos direitos das crianças, essas mudanças são desumanas e rompem com políticas históricas de proteção a menores desacompanhados.
“O governo aumentou de forma drástica o fardo sobre essas famílias, comprometendo seriamente a segurança das crianças”, afirmou Neha Desai, diretora do *National Center for Youth Law*. Já Skye Perryman, presidente da *Democracy Forward*, declarou que a política substituiu proteção infantil por “medo, detenção prolongada e crueldade burocrática”.
Casos como o de uma mãe mexicana e seu filho de 8 anos — separados há quase um ano — mostram o impacto psicológico das medidas. Segundo a mãe, o menino já perdeu a esperança e se recusa até a desfazer a mala.
Em nota, o governo afirmou que está apenas aumentando o controle sobre quem recebe a guarda de menores desacompanhados. O Departamento de Saúde, no entanto, ainda não respondeu oficialmente ao processo.
Fonte: ABC