O Departamento de Defesa dos Estados Unidos gastou mais de US$ 21 milhões em voos para a base naval de Guantánamo, em Cuba, no contexto das políticas de deportação promovidas pelo governo Trump. Os dados foram enviados ao Congresso americano pelo próprio Pentágono, em resposta a questionamentos da senadora democrata Elizabeth Warren.
Atualmente, 69 migrantes estão abrigados na base de Guantánamo. De acordo com um oficial do Departamento de Defesa, 43 deles são classificados como de "baixo risco", enquanto os outros 26 são considerados de "alta periculosidade".
Em janeiro, o ex-presidente Donald Trump ordenou o uso da base de Guantánamo como centro de detenção temporária para migrantes — especialmente aqueles que ele chamou de "piores infratores". Desde então, pouco se sabia sobre os custos e a logística das operações.
Segundo o relatório, o Comando de Transporte das Forças Armadas realizou 46 voos militares com destino à base entre 20 de janeiro e 8 de abril. Foram 802 horas de voo, com custo médio de US$ 26.277 por hora, totalizando mais de US$ 21 milhões.
Em fevereiro, por exemplo, migrantes venezuelanos foram enviados para Guantánamo antes de serem transferidos para Honduras. Ao longo dos meses seguintes, houve outros casos semelhantes, com migrantes sendo detidos temporariamente na base antes de seguirem para outros destinos.
A senadora Elizabeth Warren criticou duramente o uso de recursos militares em ações de deportação. “Todo americano deveria se indignar com Donald Trump desperdiçando recursos militares em manobras políticas que não nos tornam mais seguros”, declarou.
Documentos do governo revelam que o governo Trump estabeleceu regras amplas que permitem enviar a Guantánamo inclusive migrantes que não cometeram crimes — o que acirrou ainda mais as críticas de opositores.
Fonte: CBS