O estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, foi detido por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) na manhã do último sábado (31/5), quando se dirigia a um treino de vôlei na Milford High School, em Massachusetts. A prisão, feita sem explicações, gerou indignação na comunidade escolar e provocou protestos em defesa do jovem.
Marcelo morava nos EUA desde pequeno, era membro da banda da escola e participaria da cerimônia de formatura como baterista. No momento da abordagem, ele estava dirigindo um carro com mais três colegas, que relataram não haver nenhum motivo legal aparente para a ação. Apenas Marcelo foi levado pelos agentes.
Segundo o treinador de vôlei, que recebeu uma mensagem durante a abordagem, mais de dez agentes mascarados revistaram e interrogaram os jovens, escaneando seus rostos com celulares. Marcelo conseguiu telefonar para os pais e informou que havia sido levado para a detenção do ICE em Burlington.
No dia seguinte à prisão, centenas de estudantes e moradores participaram de um protesto exigindo a libertação de Marcelo. A manifestação ocorreu após a formatura da escola, com alunos marchando pelas ruas com becas e capelos. Cartazes foram exibidos e motoristas buzinavam em apoio.
A namorada de Marcelo, Julianys Rentas, afirmou que o estudante era dedicado e que a prisão foi injusta. Ela também relatou que muitos jovens imigrantes vivem com medo de ações arbitrárias do ICE. “Não existe um padrão, então ninguém sabe quem será o próximo”, desabafou.
A governadora de Massachusetts, Maura Healey, criticou duramente a atuação do ICE e exigiu informações imediatas sobre a prisão de Marcelo. “Meus sentimentos estão com a comunidade de Milford no que deveria ser um dia de formatura comemorativo”, afirmou. O chefe de polícia local, Robert Tusino, disse que o departamento não foi informado previamente da detenção e defendeu diálogo com autoridades federais.
O caso de Marcelo ocorre em meio ao endurecimento das políticas migratórias da atual gestão de Donald Trump, que defende a deportação em massa de imigrantes em situação irregular. Organizações de direitos civis e entidades educacionais têm criticado as ações, que já afetaram diversos estudantes estrangeiros nos EUA.
Fonte: Metrópoles