O diretor interino da Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), Todd Lyons, afirmou nesta segunda-feira (3) que a prisão do estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, ocorreu por ele estar dirigindo o carro do pai, João Paulo Gomes Pereira — que era o verdadeiro alvo da operação realizada em Massachusetts no sábado (31).
Segundo Lyons, Marcelo foi um dos 1,5 mil detidos nas ações promovidas pelo ICE em várias cidades do estado. O diretor explicou que, embora o jovem não fosse o alvo inicial, ao ser abordado e identificado como imigrante sem status legal, acabou sendo detido. “Se você encontrar alguém com um mandado ou que esteja aqui ilegalmente, tomaremos providências”, justificou.
Marcelo está atualmente sob custódia e, segundo o ICE, terá a chance de pagar fiança quando for apresentado a um juiz de imigração. Apesar disso, familiares e amigos afirmam não saber para onde ele foi levado. No domingo (1º), o juiz federal Richard G. Stearns proibiu, por 72 horas, qualquer tentativa de deportação ou transferência do jovem para fora do estado.
Durante entrevista, Lyons defendeu a ação e afirmou que todos os detidos têm direito ao devido processo legal. "Ele terá audiência com um juiz. Mas o pai dele ainda não se entregou e sabe que era o alvo", destacou. Lyons ainda criticou a repercussão do caso: “Há vários jovens de 18 anos presos e ainda estamos focados neste”.
O Itamaraty informou estar prestando assistência consular à família de Marcelo, por meio do Consulado Geral do Brasil em Boston. O Ministério das Relações Exteriores disse estar oferecendo apoio jurídico e psicológico, além de manter diálogo com as autoridades americanas.
A detenção de Marcelo gerou protestos na cidade de Milford, onde ele estuda e reside. Ele foi preso quando seguia para um treino de vôlei com colegas da escola, a Milford High School. O caso foi amplamente repercutido pela imprensa americana, com destaque para a rede CBS News e a agência Reuters.
Durante coletiva, o ICE reafirmou que o foco da operação era o pai do estudante, que permanece foragido. “Obviamente, ele não é o pai do ano, já que também trouxe o filho ilegalmente para o país”, ironizou Lyons.
Fonte: G1