Diante do aumento das deportações promovidas pelo governo Donald Trump, o Itamaraty intensificou a assistência a brasileiros que vivem nos Estados Unidos, especialmente os que enfrentam problemas migratórios. A atuação ocorre em duas frentes principais: o atendimento a cidadãos presos em centros de detenção do ICE e a ampliação da emissão de documentos nos consulados brasileiros no país.
Segundo interlocutores do Ministério das Relações Exteriores, houve uma alta expressiva na demanda por serviços consulares, o que levou à criação de uma força-tarefa em Brasília. Os onze consulados do Brasil nos EUA passaram a realizar visitas mais frequentes a centros de detenção, a fim de verificar as condições de tratamento dos brasileiros, como alimentação e acesso à saúde. Também são mantidos contatos diretos com as autoridades migratórias americanas.
Paralelamente, aumentou a procura por documentos como passaportes e registros de nascimento de filhos de brasileiros. Antes, muitos imigrantes indocumentados preferiam registrar os filhos nos EUA para garantir a nacionalidade americana. Agora, com o risco de deportação, a tendência se inverte: os pais buscam garantir a nacionalidade brasileira dos filhos para facilitar um eventual retorno ao país.
Para atender essa nova realidade, o Itamaraty digitalizou parte dos serviços e promove consulados itinerantes em regiões sem representação diplomática brasileira. A emissão de passaportes nacionais tornou-se uma das principais demandas da comunidade.
Fonte: Exame