O presidente Donald Trump sancionou na semana passada a chamada “Big, Beautiful Bill”, uma lei que injeta recursos sem precedentes em ações de imigração e segurança de fronteiras. O pacote, aprovado pelo Congresso liderado pelos republicanos, destina aproximadamente US$ 170 bilhões a essas áreas, incluindo US$ 75 bilhões exclusivamente para o ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA), agora a agência policial mais financiada do país.
O projeto reforça a promessa de Trump de promover uma campanha massiva de deportações, oferecendo ao governo federal a maior verba já concedida para esse fim. Serão US$ 45 bilhões para expandir o sistema de detenção — permitindo o dobro da capacidade atual, com potencial para deter mais de 100 mil pessoas simultaneamente — e outros US$ 30 bilhões para aumentar os efetivos e modernizar a infraestrutura de deportações. A verba também será usada para contratar até 10 mil novos agentes, renovar aviões de deportação e firmar parcerias com autoridades estaduais.
Outros bilhões serão investidos na construção de barreiras fronteiriças, aquisição de veículos e pagamento de bônus para agentes do CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras), além de reembolsar estados por ações como a Operação Lone Star, no Texas, e centros de detenção polêmicos como o “Alligator Alcatraz”, na Flórida.
O diretor interino do ICE, Todd Lyons, celebrou os recursos como ferramenta para “remover criminosos das comunidades americanas”. Já críticos alertam para os riscos legais, humanitários e econômicos de uma escalada nas detenções. Andrea Flores, ex-funcionária do governo Biden e atual vice-presidente do grupo FWD.US, afirmou que os recursos permitirão “mais deportações do que jamais vimos na história moderna”, com impacto severo sobre direitos humanos.
Fonte: CBS

