Desde a inauguração em 1º de julho, o centro de detenção para imigrantes localizado nos Everglades, na Flórida — apelidado de “Alcatraz dos Jacarés” — já gerou 34 chamadas ao serviço de emergência 911, uma média de duas por dia. Registros mostram que, embora apenas duas tenham sido por motivos médicos, a maioria foi classificada como “problema desconhecido”.
A estrutura é administrada pelo estado e está no centro de um debate legal e político. Governador da Flórida, Ron DeSantis afirmou que a deportação de detidos está em curso e deve aumentar nos próximos dias. No entanto, ele agora é réu em um processo movido por organizações como a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis), que denunciam a falta de acesso dos detidos a advogados.
“Sem acesso legal, eles não conseguem contestar sua detenção ou processo de imigração, e o único caminho acaba sendo a deportação”, disse a advogada Eunice Cho, da ACLU. O estado, por sua vez, afirma que os detentos têm acesso a telefones, mas reconhece que visitas presenciais precisam ser agendadas previamente.
Durante coletiva, DeSantis rebateu as críticas com ironia: “A primeira coisa que oferecemos é uma viagem de volta ao país de origem, paga por nós”, declarou. O governador também defendeu que o centro é destinado aos imigrantes mais perigosos, porém essa afirmação foi contestada por levantamentos jornalísticos.
De acordo com o Miami Herald, apenas um terço dos mais de 700 detidos possui antecedentes criminais, contrariando a alegação inicial de que o local abrigaria apenas “os piores dos piores”. O estado da Flórida ainda não divulgou detalhes oficiais sobre quem está preso na instalação.
No Congresso, parlamentares democratas da Flórida apresentaram um projeto de lei para fechar o centro de detenção, mas o avanço da proposta é improvável devido ao controle republicano da Câmara dos Representantes.
Fonte: NBC

