O governo Trump determinou que agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) passem a oferecer a adolescentes migrantes não acompanhados a opção de retornarem voluntariamente aos seus países de origem. A mudança, que quebra uma política imigratória mantida há anos, foi confirmada por dois funcionários do governo à CBS News nesta quarta-feira.
Até então, crianças e adolescentes desacompanhados que chegavam aos Estados Unidos, vindos de países que não fossem México ou Canadá, eram obrigatoriamente transferidos para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). O órgão gerencia uma rede de abrigos onde os menores ficam até completarem 18 anos ou serem acolhidos por parentes ou responsáveis no país.
Com a nova diretriz, adolescentes com 14 anos ou mais terão a chance de optar por uma “autodeportação”. Se aceitarem, os próprios agentes de imigração facilitarão seu retorno imediato ao país de origem. Caso recusem, os jovens seguirão sendo enviados aos abrigos supervisionados pelo HHS.
Anteriormente, esse tipo de retorno voluntário era permitido apenas para crianças do Canadá e do México. A legislação de 2008 de combate ao tráfico humano (TVPRA) proibia a deportação rápida de menores provenientes de países "não contíguos", oferecendo a eles proteções especiais.
Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), a nova política é permitida por mudanças legais introduzidas na nova lei de gastos do governo, apelidada de "One Big Beautiful Bill Act". Em nota, o DHS afirmou que a medida tem como objetivo "priorizar o retorno seguro de crianças aos pais ou responsáveis legais em seus países de origem", citando a reautorização da lei de proteção contra o tráfico humano de 2022.
Ainda não está claro quantos adolescentes serão impactados pela nova diretriz. Em junho, apenas 700 menores desacompanhados foram detidos na fronteira sul, dentro de um total de 6 mil migrantes — o menor número mensal desde a década de 1960.
A administração Trump também tem incentivado a autodeportação de imigrantes em situação irregular, oferecendo bônus de US$ 1.000 e ameaçando com multas, prisões e processos judiciais quem permanecer nos EUA ilegalmente.
Foonte: CBS

