O artista visual brasileiro Guilherme Lemes Cardoso e Silva, de 35 anos, foi detido no último dia 11 de julho em Sausalito, na Califórnia (EUA), enquanto buscava sua filha de quatro anos na escola. Segundo a esposa, a maquiadora americana Rachel Leidig, também de 35 anos, agentes da ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) abordaram Guilherme de forma agressiva, sem apresentar mandado de prisão, e o prenderam por “suposta irregularidade migratória”.
Guilherme e Rachel são casados desde abril e estavam no processo de solicitação do green card. O artista foi levado a um centro de detenção em Washington, onde passou dois dias acorrentado, dormindo no chão e vomitando devido à comida oferecida. De acordo com Rachel, ele só foi transferido para a unidade de Tacoma após 38 horas, em violação do limite legal de 12 horas.
Rachel afirma que a abordagem foi violenta e acompanhada de piadas por parte dos agentes, que tiraram fotos e confiscaram o celular de Guilherme. “Eles só mudaram o tom quando perceberam que Gui era instruído e trilingue”, relata. Além disso, ela denunciou desorganização e maus-tratos no sistema de imigração, descrevendo a experiência como desumana.
Emocionalmente abalada, Rachel conta que está vivendo sob forte estresse. Grávida de sete meses e sem conseguir trabalhar, tem dedicado todo o tempo à defesa do marido. “Só quero que ele esteja em casa para o nascimento do nosso filho”, diz, preocupada também com os efeitos da prisão na filha de Guilherme, Zahara, de apenas quatro anos.
Ela destaca que o marido não tem antecedentes criminais e acusa o sistema de perseguir imigrantes latinos. “Isso é mais um reflexo da política migratória racista do governo Trump. Guilherme é um pai, marido e artista querido pela comunidade”, afirma.
Rachel iniciou uma vaquinha online para custear os altos gastos com advogados e contou que o consulado brasileiro foi informado, mas só pode atuar na proteção da integridade física de Guilherme, sem poder intervir legalmente. A audiência do brasileiro está marcada para 29 de julho, e a família espera que ele seja libertado sob fiança.
Fonta: Revista CRESCER

