Nos EUA, milhares de estudantes sem status legal estão perdendo o direito de pagar mensalidades no valor de residentes estaduais, após medidas de restrição impulsionadas pelo governo Trump. Na Flórida, a revogação de uma lei de 2014 — que permitia acesso a essa tarifa reduzida — já afeta jovens como Carlie, haitiana que cursava Relações Públicas na Universidade da Flórida Central. Sem o benefício, a diferença de custos é drástica: um residente paga cerca de US$ 6,3 mil por ano, contra quase US$ 31 mil de um não residente.
O impacto vai além do bolso. Muitos estudantes relatam medo de frequentar o campus após acordos entre universidades e o ICE, que autorizam operações de imigração em instituições de ensino. Carlie, por exemplo, trocou as aulas presenciais por ensino online, mesmo tendo perdido créditos e atrasado a formatura, porque teme ser detida.
Histórias semelhantes se multiplicam: David, hondurenho, sonhava ser radiologista, mas hoje trabalha no McDonald’s, incapaz de pagar a faculdade sem a tarifa reduzida. Já Diego Dulanto Falcon, que se formou em Psicologia com a ajuda do benefício, destaca que, sem essa política, jovens indocumentados ficam praticamente sem opções profissionais.
Além da Flórida, o Departamento de Justiça vem processando outros estados — como Texas, Kentucky e Minnesota — para barrar mensalidades estaduais e até bolsas a estudantes indocumentados. Professores alertam que a mudança desmotiva alunos do ensino médio, que já não veem perspectiva de seguir nos estudos.
Fonte: ABC

