Uma coalizão de provedores de saúde, grupos religiosos, professores universitários e organizações civis entrou com uma ação federal na sexta-feira (3) para suspender a nova taxa de US$ 100 mil exigida para solicitações de visto H-1B, uma medida anunciada pelo presidente Donald Trump em 19 de setembro. Segundo os autores, a mudança “lançou empregadores, trabalhadores e agências federais no caos” e precisa ser imediatamente bloqueada.
O H-1B é um programa criado pelo Congresso para atrair profissionais altamente qualificados em áreas de difícil preenchimento, especialmente tecnologia, educação e saúde. Cerca de um terço dos beneficiários são enfermeiros, professores, médicos, pesquisadores e líderes religiosos. O governo Trump, porém, argumenta que o programa tem sido “deliberadamente explorado” para substituir trabalhadores americanos por mão de obra estrangeira mais barata.
A ação, movida no Tribunal Federal de São Francisco, alega que o aumento drástico da taxa prejudicará hospitais, escolas e igrejas em todo o país. “Sem alívio imediato, hospitais perderão médicos, igrejas ficarão sem pastores e salas de aula sem professores”, afirmaram as entidades Democracy Forward Foundation e Justice Action Center em comunicado. Elas classificaram a taxa como “mais uma investida anti-imigração de Trump”.
Especialistas e sindicatos também criticaram o valor, considerado proibitivo. Todd Wolfson, presidente da Associação Americana de Professores Universitários, alertou que a taxa “vai afastar mentes brilhantes e pesquisas vitais dos Estados Unidos”. Já o sindicalista Mike Miller disse que a medida “privilegia riqueza e conexões em detrimento da competência científica”.
Os autores da ação argumentam ainda que o presidente não tem autoridade legal para impor uma cobrança dessa magnitude por meio de decreto, já que o programa H-1B foi criado por lei aprovada pelo Congresso. O Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Estado, citados no processo, ainda não se manifestaram sobre o caso.
Fonte: ABC

