Escolas de diversas regiões dos Estados Unidos, de Miami a San Diego, estão registrando quedas acentuadas na matrícula de estudantes de famílias imigrantes. Em alguns casos, pais foram deportados ou decidiram retornar aos países de origem diante da ampla repressão migratória do governo Trump. Em outros, famílias mudaram para outros estados. Mas o maior fator, segundo administradores, é a redução drástica na chegada de novos imigrantes ao país.
No condado de Miami-Dade, apenas 2.550 estudantes vindos do exterior ingressaram na rede pública neste ano letivo — bem abaixo dos quase 14 mil do ano passado e mais de 20 mil no anterior. “É uma triste realidade”, disse a conselheira escolar Luisa Santos, que chegou aos EUA como criança imigrante.
A queda também afeta o orçamento das escolas. Em Palm Beach County, por exemplo, a redução de mais de 6 mil alunos deve resultar na perda de cerca de 12 vagas de professores. Entre as histórias pessoais está a de Edna, imigrante de El Salvador, que assumiu temporariamente a guarda de sete crianças após a prisão da mãe delas. Em setembro, todas retornaram à Guatemala, deixando as escolas locais ainda mais vazias.
A tendência se repete em outras grandes cidades: Denver matriculou apenas 400 estudantes recém-chegados, contra 1.500 no ano anterior; Houston fechou sua escola dedicada a alunos recém-chegados depois que a matrícula caiu de 111 para 21; e Chelsea, em Massachusetts, registrou redução drástica de novos estudantes, além de aumento de famílias retornando a seus países devido ao clima de medo e presença de agentes do ICE nas ruas.
Fonte: CBS

