Victorina Morales, uma imigrante da Guatemala, decidiu revelar que trabalhou por mais de 5 anos como camareira num clube de golfe do presidente Donald Trump em Nova Jersey mesmo estando ilegalmente nos Estados Unidos. A história foi divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal "The New York Times".
Morales disse que decidiu tornar pública sua história porque não concorda com as atitudes de Trump com relação aos imigrantes que não possuem documentos e atravessam a fronteira e também por ter sofrido abuso verbal por parte da chefia no local.
A guatemalteca afirma ter cruzado a fronteira ilegalmente em 1999 e foi contratada pelo clube em Bedminster (NJ) em 2013. Ela diz que usou documentos falsos de imigração para conseguir o emprego.
Segundo o relato da camareira, dois supervisores sabiam de seu status como indocumentada e mesmo assim a ajudaram a manter seu emprego. Não há, no entanto, evidência de que Trump ou executivos da Trump Organization, proprietária do clube, soubessem da sua situação específica.
Morales reconheceu que pode ser demitida ou deportada ao se apresentar e disse ao Times que está incomodada com a retórica de Trump e que ela também sofreu abuso verbal por parte de um supervisor.
"Estamos cansados ??do abuso, dos insultos, do modo como ele fala sobre nós quando sabe que estamos aqui ajudando-o a ganhar dinheiro", disse ela ao jornal. "Nós suamos para atender a todas as suas necessidades e ter que aguentar sua humilhação."
Aníbal Romero, um advogado que representa Morales e o ex-funcionário sem documentos que conversou com o Times, pediu que as autoridades federais e federais de Nova Jersey investigassem as alegações de abuso verbal contra funcionários na propriedade de Bedminster.
Ele afirmou em uma declaração que o supervisor responsável pelo abuso era o mesmo que fornecia a seus clientes documentos falsos. "Essas mulheres demonstraram uma tremenda coragem ao apresentar suas alegações contra uma família tão poderosa", disse Romero.
O "New York Times" relatou além de Morales, uma outra mulher sem documentação também trabalhou no mesmo clube de golfe, mas não revelou sua identidade.
A Organização Trump disse em um comunicado divulgado ao jornal The Hill, sem comentar diretamente sobre o caso de Morales, que "se um funcionário apresentar documentação falsa na tentativa de contornar a lei, ela será encerrada imediatamente".