Iniciou, no último dia 21, a medida do governo de São Paulo que pretende tornar mais ágeis as medidas de internação compulsória ou involuntária de dependentes químicos no estado.
O ato, entretanto, tem causado protestos de voluntários, que defendem o convencimento do usuário de drogas a buscar tratamento e não compulsoriamente.
A abordagem aos dependentes químicos que circulam pela região da Cracolândia, na capital paulista, feita por voluntários da Missão Belém - uma entidade que tem convênio com o governo estadual - vai priorizar o convencimento do usuário de drogas.
Segundo Eliezer Dias, coordenador da Missão Belém, os dependentes atendidos só serão levados ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) para possível internação involuntária, quando corresponderem a casos muito graves.
No dia 21, os voluntários da entidade conseguiram convencer dez dependentes, entre eles uma adolescente de 16 anos, que precisou ser carregada. Eles estavam na Praça Júlio Prestes, região central da cidade. De acordo com o coordenador da Missão Belém, o número de pessoas levadas para a internação costuma ser maior, uma média de 20 por dia.
Eliezer explica que, desde o início do convênio firmado entre a entidade e o governo do estado, em dezembro do ano passado, foram retiradas da Cracolândia em torno de 500 pessoas.
A abordagem dos voluntários, explica o coordenador, é feita de maneira sutil. “A gente consegue falar a mesma língua que eles, vai falando sobre futebol, sobre alguma coisa interessante, até chegar no ideal, que é a família. Quando a gente fala dos filhos, da mulher, dos pais, da mãe, eles costumam chorar e falar que não tem mais jeito. Mas aí gente mostra o contrário, começa a incentivar, para se recuperar, arrumar um trabalho, deixar Deus guiar a vida deles”, disse.

