Marisa Arruda Barbosa
Luiz Scavone, o brasileiro de 20 anos acusado ter tido relações sexuais com uma menor de Iowa quando de férias em um navio de cruzeiro, o Allure of the Seas, da Royal Caribbean, não terá direito a fiança, de acordo com decisão do juiz Mathew Destry, na audiência em Fort Lauderdale, no dia 13 de janeiro.
O juiz acredita que Scavone é considerado um “flight risk”, ou seja, ele pode fugir de volta ao Brasil facilmente a partir do sul da Flórida.
Destry ouviu os dois lados, da acusação e da defesa, no caso em que Scavone teria atraído a adolescente de 15 anos que conheceram em uma boate no navio. A adolescente denunciou Scavone e o outro menor de abuso sexual no dia 3 de janeiro, quando o navio voltou a Fort Lauderdale, segundo o jornal Sun Sentinel.
O outro adolescente, por ser menor de idade, está preso em um Juvenile Assessment Center, e não teve seu nome revelado.
Scavone está sendo acusado de ter relações sexuais com uma vítima menor de 16 e maior de 12 anos. A acusação é considerada crime e a punição pode chegar a 15 anos de prisão. De acordo com o advogado da defesa, David Raben, agora o caso será analisado.
Scavone nega as acusações e sua família, presente na audiência, também defende sua inocência, mas ainda não se declarou sobre o caso, altamente difundido tanto na mídia americana como na brasileira. Eles afirmam que até o momento foram aconselhados a não se pronunciar sobre o caso para não atrapalhar o andamento das investigações. Scavone cursa o segundo ano de engenharia mecânica na Universidade Mackenzie, em São Paulo e nunca cometeu nenhum delito, segundo afirmou seu advogado.
Desde que foi preso, o estado da Flórida apresentou sua preocupação de que Scavone poderá fugir para o Brasil caso seja colocado em liberdade. No ano passado, um ex-policial de Boynton Beach, David Britto, com cidadania brasileira e americana, fugiu para o Brasil em vez de enfrentar as acusações de tráfico de droga. Como o Brasil proíbe a extradição de seus cidadãos, a promotoria teme que o mesmo aconteça com Scavone, e ele não pague por seu crime nos Estados Unidos.
No caso de Britto, o Consulado emitiu um documento de viagem ao ex-policial, por não ter sido informado de que ele tinha pendências com a justiça americana. Por esse motivo, a defesa pediu que Leando de Faria, Vice-Cônsul do Consulado Geral do Brasil em Miami, atestasse que, caso Scavone fosse solto, não emitiria o documento de viagem ao jovem. “Se o Consulado recebe um pedido para não emitir um documento de viagem, nós seguimos as leis locais”, disse Faria. A promotoria, no entanto, contestou, dizendo que se uma ordem maior viesse do Brasil, o Consulado tem que obedecer ao governo brasileiro.
Ao dar o veredito, o juiz afirmou: “Estamos nos Estados Unidos, e temos que fazer justiça aos americanos. Se estabelecermos uma fiança para ele, é muito fácil de sair do sul da Flórida, e é esse o problema. Não posso responder pelo Brasil”.
Além de ser um “flight risk”, Scavone entrou nos Estados Unidos com o passaporte italiano, por isso não tem visto e uma permanência de 90 dias. Caso seja solto com fiança, existe a possibilidade de ele ser deportado. Esses informações, no entanto, ainda permanecem confusas.

