O governador reeleito do Mato Grosso e vice-presidente do PPS, Blairo Maggi, declarou nesta quarta-feira (11) apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PCdoB/PRB) à Presidência da República. “O presidente Lula perdeu as eleições em todas as áreas onde existe agronegócio”, afirmou Maggi após reunião com Lula no Palácio da Alvorada, no começo da noite de quarta-feira.
“Acho que a continuidade do governo Lula é melhor para o Mato Grosso em função dos projetos que nós temos”, disse ele, que, além de político, é um dos maiores sojicultores do país. “Essas questões da agricultura terão que ser resolvidas, e acho que estão muito mais próximas de ser resolvidas nesse governo do que começar tudo de novo.”
Maggi destacou que o agronegócio representa quase 40% do PIB nacional, “está absolutamente no chão e precisa de ajuda para sair”. A negociação do apoio incluiu conversas sobre a situação do agronegócio no país com Lula e com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
Segundo o governador, estão sendo acertadas mudanças em torno da carga tributária sobre os produtos envolvidos nos custos do agronegócio e um “realinhamento das contas dos produtores”. Maggi afirmou que não recebeu promessas em troca de seu apoio e, sim, a reiteração de compromissos que vêm sendo negociados com o governo federal nos últimos dois anos.
O governador afirmou que, nos próximos dias o mercado agrícola deverá receber “novas notícias”. “Não são ações exclusivas para o Mato Grosso, são ações complementares a tudo o que já foi feito em favor da agricultura”, disse.
Medidas para comercialização de safra, e ajustes nas regras para acessar os fundos disponibilizados para a renegociação de dívidas – R$ 3 bilhões, autorizados no ano passado – foram outros pontos da conversa, segundo Maggi.
O governador disse que apresentará ao PPS, na próxima sexta-feira um pedido de licença e de afastamento. Ele não descartou sair do partido, caso a direção do PPS assim decida - o partido apoiou desde o primeiro turno o candidato Geraldo Alckmin (PSDB/PFL). O governador foi eleito em primeiro turno com 65,39% dos votos válidos.
O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, destacou a importância do apoio de Maggi, não só como político, mas também como liderança da “comunidade de produtores agrícolas do país”. “Ele é um interlocutor do governo não só no momento de dar apoio, mas no momento, inclusive, de contribuir com idéias, com propostas”, disse Garcia à imprensa, logo após a declaração de apoio.
Garcia também afirmou que Maggi não condicionou seu apoio a medidas em benefício do agronegócio. “Temos que parar com essa idéia de que qualquer decisão política é uma decisão que tem preço”, disse. “Não queremos apenas vencer as eleições. Queremos vencer mas, sobretudo, formar uma grande coalizão social e política em torno do presidente Lula para que ele possa ter uma eficácia, no seu segundo mandato, muito maior que no primeiro.”
Agência Brasil