O candidato à reeleição para a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PRB/PCdoB), venceu o primeiro turno nos 104 municípios mais pobres, mais desiguais e com maior desemprego do Brasil. Em contrapartida, seu concorrente, Geraldo Alckmin (PSDB/PFL), venceu Lula em 1º de outubro nos cerca de 101 municípios mais ricos, menos desiguais e com menor desemprego do país.
Nos 104 municípios mais ricos, que concentram 8,9 milhões de eleitores, Alckmin teve 55% dos votos válidos no primeiro turno, enquanto Lula teve 32%. Nas 101 cidades mais pobres, Lula teve 72% dos votos, contra 24% de Alckmin. Esses municípios têm 885 mil eleitores.
A diferença de votos foi semelhante nas 142 cidades com maior número de desempregados. Lula teve 72%, contra 24% de Alckmin. Nas 100 cidades com maior porcentagem de empregados, a disputa foi mais equilibrada, mas com vitória de Alckmin. O ex-governador paulista teve 49% nesses municípios, contra 38% do atual presidente.
Nas 100 cidades mais desiguais, que representam 594 mil eleitores, a vantagem de Lula é novamente semelhante, de 72% a 23%. Entre os 33 milhões de eleitores que vivem nos 101 municípios menos desiguais, Alckmin teve 47%, e Lula, 38%.
Para elaborar esse levantamento, foi utilizado como referência a obra Atlas da Exclusão Social, do economista Márcio Pochmann. Com base no Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o atlas usa três fatores para calcular o grau de inclusão ou exclusão social dos municípios brasileiros.
O primeiro é a quantidade de chefes de família pobres no município. O segundo é a porcentagem de trabalhadores do município que têm emprego formal. O último é a desigualdade, que foi calculada pela diferença entre o número de chefes de família que ganham mais de dez salários mínimos e os que ganham menos que isso.
Foi selecionado as 100 cidades com melhores e piores índices em cada um desses quesitos. Como há empate entre alguns municípios, os grupos podem ter mais de 100 integrantes.
Agência Brasil