A tentativa do presidente Barack Obama para arrumar o sistema quebrado de imigração levou mais um golpe esta semana. Na segunda-feira, dia 9, um painel federal bloqueou a administração de seguir em frente com os programas que poupariam aproximadamente 5 milhões de pessoas da deportação, com 2 votos a 1.
Essas vidas continuam no limbo. O sistema permanece quebrado. Mas mesmo assim ativistas de imigração estão animados, de certa forma, já que a resposta veio em tempo da administração apelar para a Suprema Corte e, quem sabe, ganhar o caso até o próximo verão.
Uma decisão favorável da Suprema Corte, no entanto, não é certa. Afinal, em pleno ano eleitoral, uma decisão com um tema tão polêmico pode acarretar em inesperadas consequências.
Em plenos debates presidenciais é essencial sempre lembrar que Obama relutou muito para anunciar as Ordens Executivas, e só o fez quando viu que não haveria qualquer ação do Congresso em relação ao projeto de lei bipartidário de reforma da imigração. É importante manter em mente esta história em um momento em que tantos irão distorcer a história, a começar pelo processo de 26 estados contra a administração, alegando abuso de poder ou mesmo afirmando que Obama não aplicou as leis de imigração. É só nós voltarmos para os números de deportações que bateram recordes no primeiro mandato do presidente, que foi até apelidado de “deporter in chief”.
Como disse um editorial do “New York Times” esta semana, “políticas que dão aos imigrantes indocumentados uma chance de dar um passo à frente e viverem de acordo com a lei são melhores do que um muro que os separa de uma sociedade que eles poderiam contribuir com seu potencial”.
Como sempre é o caso em relação ao debate de imigração, a esperança é a última que morre, mesmo após esse golpe e o golpe da última semana, quando Paul Ryan, o recém-eleito porta-voz da Câmara dos deputados, afirmou que não fará nada em relação à reforma enquanto o presidente Obama estiver no poder.
Basta agora que os mais de 11 milhões de indocumentados voltem suas esperanças à campanha presidencial, tão interessada no voto latino. Como vimos no debate presidencial desta semana, os assuntos – sendo que imigração está entre os principais – foram levados mais a sério do que em relação aos outros debates republicanos. Com certeza, este é um assunto que não será varrido para debaixo do tapete até que seja resolvido. Basta os corações de tantas famílias que vivem nas sombras aguantarem tanta emoção.
Com informações do “New York Times”.
