Se você está ou já esteve em algum tipo de relacionamento no qual se sente louco, pode já ter tido contato com um manipulador emocional.
“Os manipuladores emocionais se escondem atrás de uma máscara de amor, cuidado, amizade, e carinho, ao mesmo tempo em que despertando sentimentos de culpa, puxando todos os botões e táticas de manipulação, fazem com que as suas vítimas façam exatamente o que eles querem”, diz a psícóloga Karina Lapa, diretora do South Florida Counseling Agency.
Há aqueles manipuladores emocionais diagnosticados, como os “sociopatas”, “psicopatas”, “anti-sociais” ou “narcisistas”, bem como uma vasta população de manipuladores não diagnosticados.
“Esses comportamentos não só podem serem observados em dinâmicas de muitos casais que têm histórico de violência doméstica, mas também pode ser percebido entre algumas relações entre patrão e empregado, ou até mesmo nas famílias onde as crianças manipulam os pais/padrastos, ou vice versa, ou até mesmo entre familiares, ou amigos que se dizem ‘intimos’”, disse Lapa.
Entre a comunidade brasileira, vê-se o caso do imigrante recém-chegado e em busca de apoio como uma potencial isca para um patrão controlador emocional. Esse foi o caso de uma pessoa com quem conversamos, mas que preferiu manter seu nome em sigilo.
“Tinha uma chefe que era uma pessoa maravilhosa, que dava muita atenção e se mostrava uma pessoa com preocupação por todos”, disse o entrevistado. “Eu era um imigrante, recém-chegado, procurando um apoio que acabou sendo preenchido por esta pessoa”.
Mas depois de um tempo, ao conversar com outras pessoas do trabalho, o entrevistado percebeu que a chefe estava jogando com todos, criando uma situação em que só ela poderia “ajudar” a todos para criar paz outra vez.
“Eu percebi que ela fazia o mesmo jogo com clientes e fornecedores”, disse. “Desde que percebi, comecei a ficar calado, até que optei por pedir demissão e ir para outro emprego no qual, apesar de ganhar menos, eu teria paz de espírito.”
Então o que fazer quando nos deparamos com essas pessoas? “A primeira coisa e talvez mais importante é reconhecer os sinais do manipulador, e entender os motivos por trás do que fazem, bem como saber a forma como as vítimas pensam ou entendem erroneamente o comportamento deles”, disse Lapa. “Um outro aspecto é ajudar a vítima a desenvolver técnicas que a ajude a combater as armadilhas da manipulação, e criar defesas contra elas.
Outra parte importante é identificar o perfil da vítima, que muitas vezes é uma pessoa co-dependente, em busca de amor e aceitação e com muitas necessidades emocionais não atendidas.
“Mudar a percepção dessas vítimas pode ser tarefa difícil, mas é possível. Fazer com que elas entendam que a dinâmica entre o manipulador e ela é disfuncional, também”, diz Lapa. “É preciso coragem pra sair dessa relação ilesa, mas com muita firmeza, determinação, e estabelecendo limites pessoais. Contar com ajuda profissional é fundamental, principalmente porque uma reestruturação emocional deve ser feita, envolvendo mudanças na forma de pensar sobre si mesma e sobre o outro, aprender a dizer não ao abuso, pedir apoio e suporte a quem pode dar de forma verdadeira e sem chantagens, ou segundas intenções e, principalmente, melhorar a auto estima e amor próprio”.
De acordo com Karina Lapa, alguns comportamentos desses manipuladores emocionais são:
Fazer uso da culpa é sua especialidade
Fingem que são sempre a “vítima”
Mudam o sentido das palavras, distorcendo o que o outro disse
São “cheias de direito”
Se escondem atrás de máscaras (de bonzinho, frágil, bom moço/moça,
amigo, colega de trabalho, etc.)
Se irritam facilmente
São experts em triangulação
Fingem que estão doentes ou frágeis quando lhes convém e usam dessa armadilha quando precisam
Ameaçam suicídio
Provocam o outro facilmente
Distorcem palavras, gestos e ações legítimas
Atacam a auto estima da vítima
Isolam, destroem e ainda sentem-se satisfeitos com isso
Ficam desapontados e tristes dissimuladamente
Comumente dizem: “Ninguém me entende como você”, “Eu sou seu fã numero 1”, “Estou fazendo isso para o seu bem”
Criam armadilhas para atingirem os seus objetivos
Usam “golpes baixos”
São mentirosos – se você tem uma dor de cabeça, o manipulador tem um tumor no cérebro!
E fazem com que a vítima pense que está louca, que não sabe de nada, ou que esta confusa.
Karina Lapa é psicóloga brasileira licenciada pelo Estado da Flórida. Ela tambem é Mediadora de Famílias, certificada pela Corte Suprema da Flórida. Atualmente ela é diretora da sua clínica, a South Florida Counseling Agency, onde atende a crianças, adolescentes e adultos. Para maiores informações, visite o site www.southfloridacounseling.net, ou chame o tel (954) 370-8081.
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