O menino americano Sean Goldman que, em 2008, protagonizou uma história de repercussão mundial, após ser levado pela mãe ao Brasil, que não mais retornou aos EUA, e resultou em uma luta judicial com o pai, David Goldman, concedeu entrevista, pela primeira vez, ao “NBC”.
Na época em que Sean viajou, em 2004, com a mãe, a brasileira Bruna Bianchi, ele tinha apenas quatro anos. Eles teriam viajado, a partir de Nova Jersey, para passar férias de duas semanas no Brasil. Entretanto, não mais regressaram aos EUA. No Brasil, ela se casou novamente, com o advogado João Paulo Lins e Silva, que assumiu a paternidade de Sean. Em 2008, ela morreu ao dar à luz a irmã do menino. O pai biológico travou uma batalha internacional contra o padrasto e a avó, mãe de Bruna, para conseguir a guarda do filho. No Natal de 2009, o americano conseguiu reaver Sean na Justiça brasileira. E foi sobre o assunto que ele falou à “NBC”.
O menino, hoje com 11 anos, diz que, na época que retornou aos EUA, sentiu um misto de sentimentos e muito confuso, mas afirma que não sentiu raiva. “Eu não estava bravo, mas eu estava confuso,’’ disse. “Porque me perguntava: onde está meu pai?".
Enquanto David lutava incansavelmente para ter o filho de volta a sua casa, Sean não tinha ideia sobre a vontade do pai. “Eu nunca questionei minha mãe ou minha avó sobre meu pai biológico, nem por que nunca mais voltamos para a América. Eu tinha medo de perguntar’’, disse. “Eu tive que vencer a falta que sentia dele e tentar conviver com a situação’’, contou.
Após a intervenção do presidente Barack Obama e da a secretária de Estado, Hillary Clinton, na Justiça Federal brasileira, o Superior Tribunal deu a guarda de Sean ao pai biológico, depois de anos de disputas legais. Na véspera de Natal, em 2009, Sean deixou o Rio de Janeiro em um avião fretado pela “NBC” para Orlando, junto ao seu pai. Aos oito anos de idade, o garoto se viu cercado por cinegrafistas do mundo todo e a família brasileira em protesto contra a decisão do tribunal, enquanto muitos gritavam seu nome.
“Eu me lembro que chorei. Fui arrastado pelas ruas cheias de cinegrafistas, um monte de pessoas empurrando, gritando meu nome. Eu só queria que tudo acabasse”disse Sean. “Eu apenas disse a ele (ao pai) para se apressar, porque eu queria entrar no avião e só voltar para a América.’’
E, apesar de ter cortado abruptamente os laços com o pai e assim permanecer por cinco anos, ambos restabelecerem o vínculo de pai e filho. Agora Sean é só elogios ao pai. “Outros pais podem ser apenas um pai, mas ele é mais do que um pai’’, completou.

