A sexta-feira, 24, amanheceu triste para os amantes da boa música. Morreu o cantor Pery Ribeiro, aos 74 anos. Guardião da memória dos pais, o compositor Herivelto Martins e a cantora Dalva de Oliveira, Pery Ribeiro foi vítima de um enfarte, em Niterói. Ele estava internado há 30 dias para tratar de uma endocardite.
Pery entrou para a história da música brasileira por ter feito a primeira gravação, em 1963, de "Garota de Ipanema", maior sucesso de Tom Jobim e Vincius de Moraes.
"Hoje pela manhã fomos surpreendidos com esse enfarte fulminante", disse Ana Duarte, esposa de Pery há 20 anos, em entrevista ao G1.
Ele deixa dois filhos: Paula, do seu primeiro casamento, e o produtor de comerciais Bernardo Martins.
A carreira
Pery iniciou a carreira artística aos três anos, quando fez a dublagem do anão Dengoso em filmes de Walt Disney ao lado de sua mãe, que interpretava a Branca de Neve. Aos 5 anos, em 1942, participou de “It’s all true”, o filme inacabado de Orson Welles, filmado no Brasil. Em 1959, trabalhando na TV Tupi como operador de câmera, foi convidado para participar do programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional.
Assumiu, então, o nome artístico de Pery Ribeiro, seguindo sugestão de César de Alencar. Ainda em 1960, gravou seu primeiro disco, um compacto duplo contendo a canção "Sofri você" (Ricardo Galeno e Paulo Tito), entre outras.
Pery gravou a primeira versão comercial de "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, além de 12 discos dedicados à bossa nova. A partir da década de 1970, se dedicou a trabalhos mais voltados para o jazz, ao lado de Leny Andrade, viajando por México e Estados Unidos, onde atuou também ao lado do conjunto de Sérgio Mendes.
Pery Ribeiro teve uma carreira brilhante, comprovada com os mais de 60 prêmios conquistados, incluindo o Troféu Roquette Pinto, o Chico Viola e o Troféu Imprensa. Além da carreira musical, foi apresentador de programas de televisão e participou de filmes no cinema nacional.

