Pela primeira vez, as três mulheres que foram sequestradas quando eram adolescentes e mantidas reféns por cerca de dez anos em Cleveland, Ohio, romperam o silêncio e, por meio de um vídeo postado no Youtube, no dia 9, agradeceram o público pelo incentivo e apoio financeiro que tem permitido que elas reiniciassem suas vidas.
Gina DeJesus, Amanda Berry e Michelle Knight disseram que o apoio e orações das famílias, amigos e do público está permitindo que elas reconstruam suas vidas após o que Berry classificou como “provação”. As três foram sequestradas entre os anos de 2002 e 2004, quando tinham 14 (DeJesus), 16 (Berry) e 20 anos (Knight).
Nenhuma delas apresenta cicatrizes visíveis do abuso sofrido durante o cárcere privado cometido por Ariel Castro, que se declarou inocente da acusação. Castro, 52 anos, teve uma filha com Amanda Berry, hoje com seis anos. Ele foi preso no dia 6 de maio, pouco depois que Berry conseguiu pedir ajuda aos vizinhos e deixar a casa onde era mantida refém com as demais.
Michelle Knight, que segundo as autoridades foi a primeira a ser capturada, afirmou que “talvez eu tenha passado por um inferno, mas sou forte o bastante para passar por esse inferno com um sorriso no meu rosto e minha cabeça erguida”, lendo o trecho de um texto preparado anteriormente. “Não vou deixar a situação definir quem eu sou. Eu vou definir a situação. Eu não quero ser consumida pelo ódio”, acrescentou.
Os pais de Gina DeJesus, Felix e Nancy agradeceram ao público pelas doações para um fundo criado para ajudar o trio. A mãe encorajou os pais que passam por situação parecida a procurar ajuda: “conte com seus vizinhos. Não tenha medo de pedir por ajuda, porque ajuda é possível”.
O vídeo foi produzido no último dia 2 de julho e divulgado por uma agência de relações públicas que atua em nome das três mulheres, com a cooperação de seus advogados.
