O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que Cristiane da Silva, de 33 anos, condenada por participação nos atos de 8 de Janeiro, cumpra pena em regime semiaberto numa colônia penal agrícola ou industrial em Santa Catarina, estado onde residia. A decisão ocorre após sua fuga do país e deportação pelos Estados Unidos, onde foi presa por imigração ilegal.
Cristiane rompeu a tornozeleira eletrônica que usava como parte das medidas cautelares e deixou o Brasil rumo à Argentina, de onde seguiu por Peru, Colômbia e México, até ser detida no Texas em janeiro deste ano. Foi deportada em 24 de maio e chegou ao Brasil sob custódia. Atualmente está presa em Fortaleza (CE), mas será transferida para cumprir pena em SC.
Antes da fuga, ela havia sido condenada a uma pena leve, com restrições como prestação de serviços comunitários, permanência em Balneário Camboriú e proibição de usar redes sociais. Agora, deverá trabalhar durante o dia, podendo realizar atividades externas, mas permanecerá sob custódia. Moraes justificou o endurecimento da pena pela tentativa deliberada de escapar da Justiça.
Durante audiência de custódia, Cristiane relatou maus-tratos nos EUA e no Brasil, dizendo que viajou algemada, sem acesso a banheiro ou água, e que foi provocada por um policial federal. Sua defesa, liderada pela advogada Tatiéli Chagas, afirmou que irá recorrer da decisão e destacou que a PGR havia se manifestado pela soltura.
Cristiane sempre negou envolvimento em crimes durante os atos de 8 de Janeiro e declarou que foi à manifestação apenas "para passear". Mesmo assim, foi condenada por incitação ao crime e associação criminosa em fevereiro, quando já estava detida no exterior. A família aguarda sua volta para casa e diz esperar um desfecho mais brando.
Fonte: UOL