A revista britânica The Economist traz Jair Bolsonaro na capa de sua edição desta semana, com o rosto pintado com as cores do Brasil e um chapéu semelhante ao do “viking do Capitólio”, personagem da invasão ao Congresso dos EUA em 2021. O ex-presidente, que está em prisão domiciliar, será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de 2 de setembro por tentativa de golpe de Estado.
A publicação afirma que “o Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”. Chamado de “Trump dos trópicos”, Bolsonaro é descrito como um líder populista polarizador, cujo fracasso em consolidar um golpe se deveu à incompetência e não à falta de intenção. Segundo a revista, ele e seus aliados provavelmente serão considerados culpados.
O artigo apresenta o Brasil como um “caso de teste” para avaliar como países podem se recuperar da chamada “febre populista”, citando paralelos com EUA, Reino Unido e Polônia. A Economist também critica Donald Trump por interferências econômicas e políticas, como tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e ameaças a cidades governadas por adversários.
Para a revista, enquanto os EUA parecem reviver uma “era sombria” de instabilidade, o Brasil demonstra maturidade democrática. A análise conclui que, pelo menos temporariamente, o “papel de adulto democrático do hemisfério ocidental” migrou para o sul.
Fonte: G1

