O governo dos Estados Unidos avalia incluir o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) em sua lista de organizações terroristas, segundo análise da consultoria Eurasia Group. A medida poderia ser adotada nos próximos meses, em meio ao endurecimento de Donald Trump contra o narcotráfico na América Latina e às tensões diplomáticas após a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para especialistas, a designação facilitaria sanções e congelamento de ativos, além de restringir operações financeiras de empresas brasileiras suspeitas de ligação com o crime organizado. No entanto, o governo Lula resiste à ideia, argumentando que, pela Lei Antiterrorismo brasileira, facções não se enquadram como grupos terroristas, já que suas ações têm fins econômicos e não ideológicos.
Diplomatas temem que Washington use o combate ao narcotráfico como justificativa para ampliar sua presença militar no Caribe e pressionar o Brasil. Em maio, o Departamento de Estado chegou a solicitar formalmente que o país reconhecesse PCC e CV como terroristas, mas o pedido foi rejeitado. Para Brasília, aceitar tal classificação representaria ingerência externa no sistema jurídico e de segurança nacional.
Enquanto isso, o governo americano reforça operações militares na região, vinculando cartéis e facções latino-americanas ao terrorismo. Para analistas, se os EUA avançarem com a medida, instituições financeiras e empresas brasileiras podem sofrer impactos diretos nas transações
Fonte: G1

