O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) provocou polêmica ao sugerir, em inglês, que os Estados Unidos realizem operações militares no Brasil, semelhantes às conduzidas nas costas da Venezuela e da Colômbia sob o argumento de combate ao narcotráfico e ao terrorismo. A declaração foi feita na quarta-feira (22), em resposta a uma postagem do secretário de Guerra norte-americano, Peter Hegseth, que divulgou vídeo de um ataque dos EUA a um barco supostamente carregado com drogas no Pacífico.
“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas”, escreveu o senador. O comentário provocou uma enxurrada de críticas nas redes sociais, com usuários questionando se o parlamentar estaria pedindo “bombardeio na orla carioca” e lembrando que Flávio já empregou parentes de milicianos quando era deputado estadual.
O ataque citado por Hegseth matou três pessoas classificadas como “narcoterroristas”, mas o governo dos EUA não apresentou provas de que o barco carregava drogas. Críticos apontam que ações semelhantes na região já deixaram mais de 30 mortos sem comprovação de envolvimento com o tráfico.
A controvérsia reacende o debate sobre a postura internacional dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em setembro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os EUA poderiam enviar caças F-35 e navios de guerra ao Brasil “para defender a democracia”, caso as eleições de 2026 não sejam “transparentes”. A declaração ocorreu após o STF condenar Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo, atualmente morando nos EUA, enfrenta ações no Conselho de Ética da Câmara e pode perder o mandato por excesso de faltas. Ele também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por coação à Justiça, acusado de ameaçar integrantes do STF e do Ministério Público Federal. O ministro Alexandre de Moraes determinou que o deputado seja representado por um defensor público, afirmando que ele está “se furtando à aplicação da lei penal”.
Fonte: O Tempo

