Agências de turismo no Brasil estão criando pacotes de viagem com o objetivo de atrair pessoas que queiram se vacinar contra covid-19 nos Estados Unidos. Os preços vão de R$15 mil a mais de R$90 mil e a rota inclui uma parada para quarentena em um país da América Central, geralmente o México. Os destinos mais comuns para esse “turismo de vacinas” são Nova York e Orlando, que estão aplicando vacinas em visitantes.
Esse tipo de ação foi impulsionado pela declaração do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, sobre a ideia de vacinar turistas em pontos conhecidos da cidade. Ainda segundo Blasio, o plano de imunizar visitantes já está pronto para começar e já possui a aprovação do governo estadual para seguir adiante.
O prefeito demonstrou solidariedade com a situação atual do Brasil em sua fala. "Meu coração está com os brasileiros. Há tanta dor, tanta dificuldade. Acho que o que pudermos fazer por quem está nos visitando, para dar boas-vindas, é mostrar que nós nos importamos com todos que estão aqui", afirmou.
O ritmo da imunização no Brasil está lento se comparado a outros países e só nos primeiros 14 dias de maio, a taxa de vacinação caiu pela metade. O problema é agravado pela falta de doses para a população e quem tem recursos está considerando o “turismo de vacina”.
Segundo dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa na última sexta-feira (14), o Brasil aplicou 38 milhões de primeiras doses na população e quase 19 milhões de brasileiros estão completamente vacinados contra o coronavírus. Isso quer dizer que 18% da população recebeu a primeira dose, enquanto 8,97% recebeu o reforço da segunda dose desde o início da vacinação no país.
Apesar do alto custo e da programação dos pacotes oferecidos serem bastante rígidos, as agências não garantem a vacinação, já que imprevistos podem acontecer tais como a contaminação durante o trajeto, mudanças de políticas de segurança ou falta de doses no destino final.
As normas internacionais atuais para brasileiros que queiram viajar aos EUA e não fazem parte das exceções, além da quarentena em outro país por 14 dias completos incluem a apresentação de um teste PCR negativo para entrada no país. Mesmo assim, os viajantes ainda podem estar sujeitos a entrevistas na fronteira.
O custo médio dos pacotes, que incluem passagem aérea, hospedagem e transfer, fica em torno de R$50 mil. Porém os valores podem variar de acordo com o tipo de hospedagem ou passagem aérea que o viajante escolher.
De acordo com as agências de viagens, algumas pessoas optam por um apartamento com cozinha para não saírem do quarto e correrem o risco de se contaminar nem para comer. Outras optam por aproveitar a quarentena para passearem pelo país, ou ao invés de ficarem 15 dias em um só lugar, preferem viajar por dois locais diferentes na costa do México.
Sendo assim, o valor total da viagem vai depender do que o passageiro for fazer. Quem estiver interessado em fazer o “turismo de vacina” deve levar em conta os custos com alimentação e hospedagem durante a viagem.
