Um estudo realizado em quatro inselbergs (afloramentos rochosos) do estado do Espírito Santo, na região Sudeste do Brasil, identificou 26 espécies de plantas lenhosas, com grande capacidade de enfrentar a escassez de água, poucos nutrientes e temperatura elevada. O levantamento - feito por cinco pesquisadores brasileiros - é pioneiro para esse tipo de vegetação em inselbergs da Mata Atlântica.
A pesquisa foi realizada com 300 elementos dessas 26 espécies, entre árvores, arbustos e palmeiras, entre elas duas espécies endêmicas de inselbergs deste bioma: Pseudobombax petropolitanum (paineira-das-pedras) e a Wunderlichia azulensis (árvore da família dos girassóis), ambas ameaçadas de extinção.
Entre as constatações do estudo está a capacidade de armazenamento de carbono, que se relaciona com a expectativa de vida da planta e sua taxa de crescimento anual, afinal os vegetais absorvem dióxido de carbono da atmosfera para se alimentar. Com o CO2, as plantas podem produzir energia para elas e, principalmente, ganhar biomassa (ou seja, crescer).Longevidade
“Sabemos que algumas espécies apresentam grande longevidade, como a paineira-das-pedras, que, em alguns casos, atinge 16 metros de altura e 116 centímetros de diâmetro - algo surpreendente, considerando que a espécie cresce diretamente sobre rochas expostas”, afirma o pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) Dayvid Couto.