A artesã Luana Kaingang, de 34 anos, utiliza no corpo peças produzidas por pessoas da sua comunidade, em um território demarcado em Porto Alegre (RS). O problema é que as mudanças climáticas têm abalado a renda de seu povo
.
A criciúma, a taquara e o komag não crescem como antes, conta.
São com essas plantas que é produzido o artesanato na comunidade de 58 famílias. Passamos por períodos de longa estiagem e de temporais. Isso prejudica muito nossa terra, lamentou.
Enfrentar as mudanças do clima é ainda mais difícil quando não há sequer segurança no lugar em que se vive. Ela estava entre os
cerca de 200 representantes de povos indígenas de todo o país que realizaram um evento nesta segunda-feira (13), em Brasília, pedindo a regularização de terras.
Eles andaram até o gramado em frente ao Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios, e fizeram falas de reivindicação.
Escudo contra desmatamento
Segundo o diretor-executivo da Apib, Kleber Karipuna,
cada terra indígena demarcada é um escudo contra o desmatamento.
A ciência comprova o que já sabemos: terra demarcada é floresta em pé e viva. Só nossos territórios na Amazônia geram 80% das chuvas que regam o agronegócio no Brasil.
O ato, promovido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) com apoio da Avaaz, integra a programação da Pré-COP Indígena, que acontece em Brasília, também na terça-feira (14), em paralelo à Pré-COP dos Estados;
Segundo a Apib, a demarcação de 104 Terras Indígenas aguarda apenas as etapas finais no Executivo Federal.

