Sintomas e quadros de saúde ligados ao calor provocaram quase 450 atendimentos por dia nas unidades públicas de saúde do Rio de Janeiro nos últimos três dias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Nos dias 23, 24 e 25 a rede de urgência registrou 1.347 atendimentos.
Os casos mais comuns de atendimentos possivelmente relacionados ao calor são tontura, fraqueza e desmaios, além de queimaduras solares.
Desde a tarde da véspera de Natal (24), a cidade está no Estágio 3 de calor, em uma escala que vai até 5. No nível 3, há registro de índices de calor alto (36°C a 40°C), com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias seguidos.
>> Bloqueio atmosférico causa alerta de calor em oito estados
De acordo com o Alerta Rio, sistema de meteorologia da prefeitura do Rio de Janeiro, a temperatura máxima na sexta-feira será de 40°C. Se confirmada a previsão, será o terceiro dia com temperatura de ao menos 40°C, em um intervalo de quatro dias na capital fluminense.
No âmbito estadual, o governo fluminense alertou todos os 92 municípios para os perigos do calor excessivo.
De 20 a 25 de dezembro, as unidades de pronto atendimento (UPA) do estado atenderam 942 pessoas com sintomas ligados ao calor.
A previsão é de mais dias quentes, podendo chegar aos 41°C no domingo. Apenas a partir de terça-feira pode haver chuva fraca a moderada isolada.
Trabalho no calor
Nesses dias de calor intenso, uma das principais orientações das autoridades à população é beber bastante água. Diante dessa necessidade, trabalhadores como José Otávio do Amaral Furtado buscam o sustento com a venda e entrega de garrafinhas de água mineral e sacos de gelo para comerciantes na região da Central do Brasil, uma das mais movimentadas do Centro do Rio de Janeiro.
É muito cansativo trabalhar em um sol desses, de 40° Celsius (C), enfrentar o sol do dia todo, disse à
Agência Brasil, nesta sexta-feira (26).
Não dá, o Rio de Janeiro está um massacre com esse calor, completa ele, ao lado do triciclo com os sacos de gelo derretendo.
Sob um céu sem nuvens e nenhuma chance de chuva, a aposentada Luiza Helena da Cruz, de 69 anos, enfrenta a caminhada com a sombrinha aberta, estratégia para se proteger dos raios solares.

