A proporção de casos de coronavírus nos Estados Unidos causados pela variante ômicron aumentou drasticamente e pode prenunciar um aumento significativo de infecções já no próximo mês, de acordo com novos dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
Na semana que terminou sábado, a ômicron respondeu por 2,9% dos casos em todo o país, ante 0,4% na semana anterior, segundo projeções da agência divulgadas terça-feira, 14.
Na região que compreende Nova York, Nova Jersey, Porto Rico e Ilhas Virgens Americanas, o percentual de infecções pela omicron já havia chegado a 13,1%.
Em uma reunião na terça-feira com autoridades de saúde estaduais e locais e representantes de laboratórios de saúde pública em todo o país, as autoridades do CDC alertaram sobre dois cenários possíveis.
O primeiro cenário é uma onda de infecções, tanto ômicron quanto delta, chegando já no mês que vem, exatamente quando a gripe e outras infecções respiratórias de inverno atingem o pico.
“Os primeiros sinais indicam que ondas estão chegando”, disse Scott Becker, CEO da Association of Public Health Laboratories, que estava na ligação. “Já esperamos um aumento, só porque vimos muitos vírus respiratórios já neste outono, incluindo o RSV, que era extenso”, acrescentou.
As autoridades de saúde federais também propuseram um segundo cenário em que ocorre um aumento menor nos casos de ômicron na primavera. Não estava claro qual previsão era mais provável.
Diferente das outras
As primeiras evidências sobre a variante apenas começaram a surgir e ainda não está claro com que frequência as infecções por omicron levam a hospitalizações ou mortes. A variante parece capaz de se esquivar parcialmente das defesas imunológicas do corpo, mas os cientistas ainda não determinaram em que grau a vacinação e a infecção prévia podem proteger os indivíduos de doenças graves.
Na semana passada, o CDC relatou que das 43 infecções conhecidas detectadas nos Estados Unidos nos primeiros oito dias de dezembro, 34 dos pacientes, ou 79%, haviam sido totalmente vacinados quando começaram a apresentar sintomas ou teste positivo. Apenas cerca de um terço das 43 pessoas havia viajado internacionalmente nas duas semanas anteriores ao diagnóstico, indicando algum nível de disseminação da variante pela comunidade.
Na Europa, as autoridades de saúde alertaram sobre um aumento nos casos de ômicron. Segundo estimativas de segunda-feira, os casos da variante na Dinamarca, que é semelhante aos Estados Unidos em termos de taxas de vacinação e idade média, dobravam a cada dois dias.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, disse em uma coletiva de imprensa na terça-feira que "o omicron está se espalhando a uma taxa que não vimos com nenhuma variante anterior".
As autoridades de saúde pedem que a população tome medidas para prevenir a disseminação da COVID-19, vacinando-se, recebendo doses de reforço e usando máscaras em ambientes públicos fechados. Testes são recomendados antes dos encontros e reuniões familiares de fim de ano. Fonte: The New York Times.
