Mais da metade dos 236 milhões de pessoas diagnosticadas comCovid-19em todo o mundo desde dezembro de 2019 deverão ter sintomaspós-Covid— até seis meses após a recuperação, de acordo com pesquisadores da Penn State College of Medicine, na Pensilvânia. A pesquisa foi publicada no periódico “JAMA“.
Cansaço, dificuldade em respirar, dor no peito, dores nas articulações e perda do paladar ou do olfato são os sintomas mais comuns durante e por um período menor após a infecção pela covid-19.
O impacto da Covid-19 a longo prazo vem sendo estudado, uma vez que se trata de uma doença nova. Assim como outras doenças virais, evidências já disponíveis apontam para sintomas persistentes após a fase aguda da doença.
"Síndrome Pós-Covid" ou "Long Covid"O espectro clínico encontrado em sobreviventes da doença aguda tem sido chamado de "Síndrome Pós-Covid" ou "Long Covid", caracterizada por sintomas persistentes ou complicações a longo prazo. No entanto, não há uma definição clara até o momento na literatura.
O estudo "The impact of COVID-19 critical illness on new disability, functional outcomes and return to work at 6 months: a prospective cohort study", publicado em novembro de 2021, na Critical Care Medicine, trouxe dados importantes a respeito da Long Covid. O estudo descobriu que as novas incapacidades e sintomas persistentes caracterizam um problema urgente de saúde pública.
No caso de existir algum sinal ou sintoma que possa ser indicativo de sequela da COVID-19, é importante consultar o médico, para que seja feito o diagnóstico e estabelecida a relação com a COVID-19 e, assim, iniciar o acompanhamento médico e o tratamento de acordo com os sintomas específicos e de forma individualizada.
Síndrome da incapacidade pós-Covid
Existem sequelas que persistem mesmo após já se ter curado da doença há mais de seis meses. A complexidade do impacto do novo coronavírus no organismo ainda está sendo estudada, mas já se sabe que a doença pode deixar diversas sequelas em suas vítimas após a cura. Nos Estados Unidos, esse conjunto de doenças recebeu o nome de PASC (post-acute sequelae SARS-CoV-2 infection). Em português seria algo como "Sequelas Agudas do Pós-Covid", em tradução livre. Fadiga, falta de ar, ausência de paladar e olfato, confusão mental, distúrbios do sono, febre, sintomas gastrointestinais, ansiedade e depressão são as mais comuns.
Terapia respiratória melhora sequelas graves
Cerca de 80% do trabalho respiratório é feito pelo diafragma. Após a doença ou o descondicionamento geral, o padrão respiratório pode ser alterado, com redução do movimento diafragmático e maior utilização dos músculos acessórios de pescoço e ombro. Isso resulta em respiração superficial, aumentando a fadiga e a falta de ar, e maior gasto de energia. Técnicas de "controle respiratório" visam normalizar os padrões respiratórios e aumentar a eficiência dos músculos respiratórios (incluindo o diafragma), resultando em menos gasto de energia, menos irritação das vias aéreas, fadiga reduzida e melhora da falta de ar.
Retomada de exercícios físicos
Exercícios físicos moderados podem ser grandes aliados na recuperação, como caminhadas, alongamento, atividades cardiorrespiratórias sem sobrecarga, como bicicleta ergométrica. Todavia, é importante ressaltar que o retorno deve ser gradual e de preferência com acompanhamento de profissionais habilitados, tanto médico como profissional de educação física.