O presidente Joe Biden pediu aos cidadãos americanos que estão na Ucrânia para que saiam do país imediatamente devido à ameaça de uma invasão russa.
"Os cidadãos americanos deveriam sair agora. As coisas podem acelerar rapidamente", declarou Biden durante uma entrevista para a NBC News na quinta-feira (10). Ele citou o número de soldados que a Rússia deslocou para a região da fronteira com a Ucrânia: 100 mil.
Biden descartou novamente a ideia de enviar soldados à Ucrânia, nem mesmo para ajudar a retirar os cidadãos americanos em caso de invasão. Isso seria "uma guerra mundial. Quando os americanos e os russos começam a atirar uns nos outros, entramos num mundo muito diferente", afirmou Biden.
Nesta sexta-feira, Antony Blinken, o chefe da diplomacia americana, disse que a Rússia continua enviando tropas para sua fronteira com a Ucrânia e afirmou que a invasão pode começar "a qualquer momento", inclusive durante os Jogos Olímpicos de Inverno que acontecem na China.
"A invasão pode acontecer a qualquer momento e, sejamos claros, pode ocorrer inclusive durante os Jogos Olímpicos", afirmou, referindo-se a hipóteses lançadas sobre o desejo da Rússia de esperar que o evento esportivo termine para não ofuscar seu aliado, a China.
'Nada de novo', diz ministro da Ucrânia
As autoridades ucranianas deram declarações para minimizar a fala do presidente dos EUA.
"Não há nada de novo nesta declaração", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Dias atrás, o governo ucraniano já considerava exagerada a decisão de Washington de evacuar seu pessoal diplomático.
"Conhecemos a posição dos Estados Unidos, que já fez esse tipo de declaração antes", disse Kuleba a repórteres.
"Eles já começaram a evacuar parte de seus funcionários da embaixada e familiares. Esta declaração não mostra nenhuma mudança radical na situação", acrescentou.
Exercícios militares na Belarus
A entrevista com Biden foi ao ar após o início de importantes manobras conjuntas entre os exércitos russo e belarrusso às portas da Ucrânia, diminuindo as esperanças de uma desescalada após semanas de intensos esforços diplomáticos na Europa.
Estes exercícios, concentrados principalmente na região da Belarus de Brest, fronteiriça com a Ucrânia, envolvem o envio de mísseis e armamento pesado e, segundo os Estados Unidos, de 30 mil soldados russos adicionais. Com informações da CNN e G1.