A Johnson & Johnson paralisou sua produção de vacinas da Janssen contra a COVID-19 na fábrica de Leiden, na Holanda. A instalação era a única que produzia lotes utilizáveis do imunizante da empresa americana.
A farmacêutica garantiu que os países não serão afetados com a suspensão e que a produção deve ser retomada em março deste ano.
Até que outros locais contratados possam ser liberados e retomarem a fabricação, mercado e governos mundo afora estudam os impactos de uma possível interrupção no fornecimento da vacina. Em paralelo, quem foi imunizado com a Janssen passa a se perguntar como será feita a sequência de seu programa de vacinação.
De acordo com relatório publicado no jornal The New York Times, a paralisação se deu por questões econômicas e de adequação ao mercado. A publicação indica que a J&J resolveu produzir uma vacina experimental contra outro vírus no local e que esse imunizante poderia ser mais lucrativo.
Segundo o The New York Times, a medida foi tomada para que a fábrica pudesse desenvolver uma vacina experimental contra o sincicial respiratório (VSR). Dessa forma, todos os recursos foram destinados ao projeto.
A Johnson ainda garantiu que há estoque da Janssen e que a vacina não está em risco. Mesmo assim, procurou outras fábricas para que seja iniciada a produção do fármaco, mas por enquanto não houve nenhuma aprovação.
Os principais clientes da farmacêutica são a União Europeia e a Covax (Acesso Global às Vacinas da Covid-19) da ONU (Organização das Nações Unidas).
Em 2021, a empresa registrou 2,39 bilhões de dólares em vendas da vacina contra o novo coronavírus, ficando aquém da própria meta de 2,5 bilhões. Para 2022, a farmacêutica estimou que chegaria aos 3,5 bilhões, o que representa um aumento de 46%, porém abaixo de concorrentes.
Quem tomou vacina da Janssen pode tomar doses sequenciais de outras empresas, sem problemas, garantiram as autoridades de saúde.